Felicio Ramuth: projetando carreira solo na esfera estadual. Foto / Claudio Vieira/PMSJC

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, desfez o mistério: Felicio Ramuth deve deixar o PSDB e transformar-se em um dos nomes que serão avaliados para disputar, pelo partido, o governo do estado de São Paulo em outubro próximo.

É isto mesmo que você leu. O Partido Social Democrático pode lançar o prefeito de São José dos Campos para disputar a sucessão de Doria. Nesse caso, Felicio ocuparia a cabeça de chapa que Kassab havia reservado para o ex-governador Geraldo Alckmin.

Quem acompanha os bastidores da política joseense já tinha indícios de que Felicio estava de olho no lugar de vice na chapa de Alckmin. Para alguns, uma pretensão desmedida. Afinal, nessa briga só tem “cachorro grande”. Mas, analisando a situação pelos pontos de vista do prefeito Felicio, fica fácil entender o seu raciocínio.

Ponto 1: Depois de um primeiro mandato do tipo nota 9, tudo indica que este segundo mandato também será bem avaliado.

Ponto 2: Se ele pretende dar passos mais altos na carreira política, tem que ser agora, pois o recall positivo vai se desfazendo rapidamente para quem não tem mandato, e ele teria que ficar dois anos em casa aguardando uma nova eleição, lá em 2026.

Ponto 3: Assim como ficou claro em relação ao ex-prefeito Emanuel Fernandes, o perfil de Felicio não parece combinar com cargos legislativos. Ele é um gestor, não iria suportar a lenga-lenga de uma Câmara dos Deputados, coisa que Eduardo Cury faz com competência e, ao que parece, com prazer.

Ponto 4: Saindo do partido agora, Felicio leva um capital político bastante expressivo, uma das cidades mais importantes do país, um grupo político unido e numeroso, além da imagem de, repita-se, um gestor competente que está à frente de alguns projetos e ações de ótima repercussão nacional.

Ponto 5: Se ele for candidato a governador ou a vice-governador pelo PSD, ótimo. Caso não seja, de qualquer forma será um quadro importante do partido para ocupar uma secretaria de estado em um futuro governo do qual o PSD faça parte. E disso Gilberto Kassab entende.

Conclusão: O moderno Felicio resolveu aderir à velha estratégia do cavalo arreado e pulou na sela do bicho disposto a uma longa cavalgada. Se o galope vai ser bem-sucedido ou vai terminar com nosso cowboy no chão duro, só o tempo vai dizer. Por enquanto, “seguuura, peão!”

E o PSDB joseense?

Felicio e Anderson: mesmo grupo político, mas com os pés em duas canoas. Foto / Claudio Vieira/PMSJC

Ao que parece, vai bem, obrigado. Com o nome do atual vice-prefeito Anderson Farias encaminhado para ser o candidato à sucessão em 2024 e com a liderança de Eduardo Cury, acompanhado de longe por Emanuel Fernandes, parece tudo em ordem no PSDB local.

Enquanto Felicio parte para uma carreira solo, o grupo político que governa o município há 18 anos, com um intervalo de quatro anos para um governo petista, não deve sofrer nenhum abalo.

Ao que parece, o núcleo duro do poder político em São José irá se equilibrar com os pés em duas canoas. Isso não será difícil, quando se sabe que a base de apoio do atual governo é formada por nada menos que dez partidos.

Quanto ao PSDB, também é preciso entender que o partido já não é mais o mesmo. Aquele PSDB de Montoro, FHC, Covas, Serra etc. não existe mais. É um partido dividido, com pouca presença nacional, ideologicamente destroçado por uma ala de direita que não combina com a “social-democracia” pela qual nasceu e que responde por duas letras da sua sigla.

Ou seja, se os tucanos ainda exibem belas plumas em São José dos Campos, estão quase depenados no restante do Brasil.

E Geraldo Alckmin?

Alckmin com Lula: bestial ou…? Foto / Ricardo Stuckert/Divulgação

O desdobramento da revelação do destino político de Felicio Ramuth leva necessariamente ao inspirador do PSDB joseense, o ex-governador Geraldo Alckmin. Muito se pode falar do atual momento do pindense que, provavelmente, é o político que governou por mais tempo o estado mais importante do país, quase sempre com sucesso.

Líder nas pesquisas eleitorais para voltar ao Palácio dos Bandeirantes em 2023, o Geraldo, ou Geraldinho para os mais íntimos, resolveu dar uma guinada de 180 graus na carreira e, como se diz no jargão bolsonarista, iniciar um namoro firme com Lula, o líder em todas as pesquisas sérias para a presidência.

Enlouqueceu? Sabe de algo que ninguém mais sabe? O fato é que até agora ninguém entendeu o rumo que Alckmin tomou. Deixar uma eleição estadual em que sua chance de vitória seria líquida e “quase” certa, para cair no alçapão dos ex-adversários petistas, parece beirar mesmo à loucura.

Vamos tentar entender. Será que o paulista viu na formação dessa chapa inusitada uma maneira de, finalmente, ser aceito como um político nacional? Isso não combina com quem conseguiu 39,9 milhões de votos no primeiro turno da eleição de 2006, contra o mesmo Lula.

Alckmin estaria de olho em uma eventual promessa de Lula indicá-lo à sucessão em 2026 caso seja eleito agora? Pode tirar o cavalinho da chuva, pois ele jamais –repetindo: jamais– será aceito pelos quadros e pela militância petista. Além disso, não esqueçamos que o nome desse jogo é “política” e não “contos da carochinha”. Mesmo que, pela idade, Lula não tivesse mais gás para, caso eleito agora, disputar uma reeleição, um compromisso firmado agora com Alckmin não valeria absolutamente nada em 2026.

À primeira vista, parecia que o velho e experiente Alckmin teria deixado a história da chapa Lula-Alckmin ganhar espaço nos meios de comunicação e nas redes sociais para aumentar ainda mais a sua visibilidade. Mas o tempo vai passando e nada de o ex-governador retomar o rumo da lucidez, da razão. Ainda há tempo de fazer isso.

Para finalizar esta breve análise sobre o sempre sóbrio e competente Geraldo Alckmin, cabe relembrar uma velha história que um velho treinador de futebol gostava de repetir em suas entrevistas. O brasileiro Otto Glória dirigiu a seleção de Portugal na Copa de 1966 e, no Brasil, comandou por muitos anos os times da Portuguesa de Desportos e do Vasco da Gama. Para explicar que a vida de treinador de futebol não era fácil, ele costumava dizer mais ou menos assim: “Quando o time ganha, o técnico é bestial. Quando perde, é uma besta”.

Vamos ver o que o futuro irá reservar à decisão que Alckmin irá tomar no jogo da política neste ano de 2022.

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NA CÂMARA

Domingo é dia de prova

Está chegando a hora de os 20.608 inscritos disputarem as 25 vagas de técnico legislativo abertas no concurso da Câmara de São José dos Campos. A prova será realizada no próximo domingo (23). Segundo o edital, publicado na semana passada, foram definidos 37 locais, entre escolas e faculdades. Desses locais, 30 estão em São José dos Campos e sete em Jacareí.

Os locais estão sendo divulgados nos sites da Câmara e da Fundação Vunesp, fazendo login. Em caso de dúvida quanto ao edital de convocação e local de prova, o candidato deve entrar ligar para o Disque-Vunesp: (11) 3874-6300, de segunda a sábado, das 8h às 18h, ou vunesp@vunesp.com.br.

Com o crescimento do número de casos de covid-19, a fiscalização quanto aos cuidados sanitários deverá ser redobrada.

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PONTO A PONTO

Tarcísio: o candidato de Bolsonaro para São Paulo. Foto / Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Capitão Tarcísio vem aí

O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou na semana passada o nome do candidato do seu grupo para o governo de São Paulo. É o carioca Tarcísio de Freitas, atual ministro da Infraestrutura. Ele vem amparado em uma fama de competência intelectual e de bom gestor. Deve dar trabalho na campanha.

Tarcísio é engenheiro e militar, tendo passado à reserva com a patente de capitão. Tem 46 anos, nasceu na cidade do Rio de Janeiro e formou-se pelo Instituto Militar de Engenharia (IME).

A esta altura, os adversários já estão vasculhando sua vida e as obras do governo que são atribuídas ao seu talento como gestor público. Além disso, o ministro terá de se filiar a um partido para concorrer. Especula-se que a escolha está entre o PL –partido do presidente– e o Progressistas, uma das legendas do famoso Centrão.

Austrália, sua linda!

A partida Novak Djokovic X Razão, foi vencida pela Razão por 3 sets a 0. Depois de alguns desencontros iniciais, o sérvio, que decidiu não se vacinar contra a covid-19, está impedido de permanecer na Austrália e, consequentemente, de disputar o Australian Open, um dos torneios de tênis mais importantes do mundo. No domingo (16), a justiça australiana rejeitou o recurso de sua defesa e manteve a suspensão do visto de entrada do tenista no país. Não é à toa que o apelido “Djokovid” está se espalhando rapidamente para o teimoso esportista.

Djokovic: sem vacina, sem torneio. Foto / Divulgação

Refis das micro e pequenas

Fiel ao hábito de divulgar os votos que dá em Brasília, o deputado federal Eduardo Cury (PSDB) publicou em suas redes sociais que votou a favor do projeto que permitiria a renegociação de dívidas de micro e pequenas empresas com o governo, apelidado de “Refis”.

“Só no estado de São Paulo, cerca de 5 milhões de empresas estão endividadas. A queda no faturamento durante a pandemia fez as dívidas se acumularem, o que dificulta a reorganização de dívidas dessas empresas, que são as maiores geradoras de renda e empregos no país”, justificou o tucano.

Depois que o projeto foi integralmente vetado pelo governo, agora Cury promete trabalhar pela derrubada do veto.

“Lula Lá” de cara nova

Lula Lá: direito a bis em 2022? Foto / Divulgação

Enquanto isso, surfando na liderança em todas as pesquisas eleitorais, o pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai pavimentando a estrada da campanha que, ele espera, o levará até o terceiro mandato.

Já está circulando o jingle da campanha de Lula. Trata-se de uma releitura do velho e consagrado “Lula Lá”, começando pelo título: “Imagina Lula Lá”. O restante é o mesmo estilo de letra e melodia de tom emotivo e imagens com muito povo, especialmente do Nordeste.

Curioso? [Veja aqui] o jingle.

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GESTÃO

OSCs podem se credenciar

As Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que desejarem participar dos programas do Fundo Social de Solidariedade da Prefeitura de São José dos Campos já podem se credenciar. As inscrições poderão ser feitas até o dia 5 de dezembro deste ano e o credenciamento, se aprovado, terá validade até 20 de dezembro de 2024.

As OSCs poderão se beneficiar, dentre outros, dos programas Distribuição de Doações, Banco de Alimentos, Capacitação e Mãos à Horta. O edital completo pode ser acessado na página da Prefeitura ou no www.doasãojosé.com.br. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo fone 3911-8060.

TOQUE FINAL

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