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Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

− O mês de julho está chegando, que legal! Já está batendo um ventinho bom. Vou empinar muita pipa!

Assim eu pensava, séculos atrás, já esquecido das festas juninas, das bombinhas, busca-pés, rojões, fogueiras, batatas doces, danças de quadrinha, quitutes mil –enquanto menino na velha Paulicéia, que saudades!

O mês de julho está aí, gente. Hoje, talvez, seja diferente para os meninos e mesmo para as meninas do século 21. As recreações são diferentes, ninguém sai muito à rua como antes, não brinca de pega-pega, de taco, carrinho de rolimã, bolinhas de gude ou futebol no campinho improvisado. Nem de bonecas, de médico, teatrinho com dança, nada disso as meninas parecem mais gostar.

Todas as crianças e jovens preferem ficar o dia todo fuçando o telefone celular, jogando vídeo games ou conversando nas redes sociais, precocemente cuidando de namoradinhos e baladas. Normal, outros tempos.

São José dos Campos, cidade de excepcional qualidade de vida, apresenta meios para a garotada ou moçada se divertir, para além das telinhas do bendito celular, embora não seja uma cidade turística. No entanto, é cheio de atrações desenvolvidas pelo poder público ou entidades privadas, com eventos no Parque Vicentina Aranha, Parque da Cidade, Parque Alberto Simões e outros, bastando ler a programação da Prefeitura ou do SuperBairro.

Tem os próprios parques para se esticar, fazer um piquenique, caminhada ou simplesmente ficar contemplando a natureza, pois todos são plenos de verde. Agora em julho, com céu de brigadeiro, sol menos ardido, sentar-se na grama, levar as crianças ou ler um livro à sombra de uma árvore, são opções interessantes. Mesmo exercitar-se, inclusive de bicicletas.

Isso para aqueles que não foram à praia, à montanha, ou estações de água, tudo pertinho de São José. Ou num pacote turístico para o Brasil ou para o exterior.

O trânsito na cidade, que tem andado difícil, vai melhorar consideravelmente. E ficar em casa durante as férias não é má ideia, não, para quem gosta de ler, cozinhar, assistir a filmes nas telonas cada vez mais gigantes de TV. Se não optar simplesmente por não fazer nada, um ócio para reflexão ou descanso.

Tudo bem se você escapar de uma censura externa, tipo cônjuge enfezado ou sogra típica. No meu caso, tia Filoca, a rabugenta de plantão:

− Vai ficar aí assim nessa modorra? É livro pra cá, tevê pra cá, caderninho de escrita o tempo todo. Quando não é isso, é um come e dorme! Vai engordar, hein? Saia um pouco. Não vai ficar enfurnado em casa, vai?

Não respondi. O tempo é meu! Deixe me divertir como eu sei, tia. Viajar? Gastar à toa? Dirigir no trânsito parado das estradas, levar uma bolada de um Maicon Jackson tresloucado na praia?  Chacoalhar em um ônibus de turismo sem banheiro? Definitivamente, não. Fico no meu São José dos Campos.

 

> José Roberto Fourniol Rebello é formado em direito. Atuou como juiz em comarcas cíveis e criminais em várias comarcas do estado de São Paulo. Nascido em São Paulo, vive em São José dos Campos desde 1964, atualmente no Jardim Esplanada. Participou do movimento cultural nascido no município na década de 60.

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