Quando comecei a escrever esta coluna Meu Querido Pet, há alguns anos, esse foi um dos primeiros temas que abordei. Mas, recentemente, algumas pessoas pediram para eu retomar o assunto, então lá vamos nós de novo falar sobre o cocô do seu pet, que é todinho seu também, bem como o seu lindo, amado e adorado animalzinho de estimação.
Parece até um absurdo abordar esse tema numa coluna sobre pets (e pela segunda vez), até porque não vamos falar nada sobre o comportamento dos bichinhos, mas sim de seus donos, seus tutores, daqueles que se fazem de morto para não recolherem o cocô da calçada; daqueles que recolhem, mas deixam o “presente” na frente da casa de alguém, ou no pé de uma árvore; daqueles que abrem o portão e deixam os cachorros fazerem as necessidades onde eles quiserem e ainda ficam observando; daqueles que não limpam seus quintais e os vizinhos que se lasquem com a fedentina; daqueles que lavam o quintal, mas deixam a sujeira escorrer para as portas dos vizinhos, sem antes recolhê-las.
Enfim, esse é o comportamento que vamos abordar nesta semana e que, já antecipo, não existe adestramento que resolva, porque o ser em questão é porco (com todo o respeito aos animais porcos), egoísta, sem noção e, definitivamente, não sabe viver em sociedade. Mas mesmo assim lá vamos nós, de novo, explicar detalhadamente como proceder em relação ao recolhimento do cocô do seu animal.
Se você for sair para passear com o seu cãozinho lindo, a primeira coisa que deve se preocupar em levar é um saco ou sacolinha (de plástico ou de papel) para recolher o cocozinho ou o cocozão (depende do tamanho do seu bebê) tão logo ele dispense a carga.
E assim que recolher, trate imediatamente de jogar numa lixeira. Caso não encontre uma, nada de jogar em canteiros, pés de árvore ou pendurar nas lixeiras dos vizinhos. O cachorro é seu, o cocô é seu e a sacolinha com o cocô é toda sua, portanto leve para a sua casa e coloque no seu lixo.
Se você tem cachorro no quintal –às vezes até mais que um– preocupe-se em manter o local limpo, não só em função da saúde de seus animais –e por que não dizer da sua também– mas porque seus vizinhos não são obrigados a conviver com o cheiro que emana dos cocôs e xixis espalhados pelo quintal de sua humilde residência. Em relação a gatos, multiplique esse fedor por cem, porque o que eles têm de lindos por fora, eles têm de podre por dentro. Xixi e cocô de gato fedem demais e ninguém é obrigado a conviver com isso, de forma alguma.
Também não dê uma de “esperto” quando, todos os dias, mais ou menos no mesmo horário, você, sem querer querendo, abre o portão para que os seus lindos filhos peludos deixem lembranças sólidas e líquidas nos portões das casas de seus vizinhos. Isso é de um absurdo tão grande que me faltam palavras, mas me sobram “palavras grandes” para uma pessoa que tem esse tipo de comportamento.
E se você resolveu que não vai soltar os peludos, que vai limpar o quintal direitinho, lembre-se de recolher tudo antes de jogar a água, porque tirar a sujeira com mangueira está errado duas vezes. A primeira por gastar muito mais água –o bem mais precioso do nosso planeta– e a segunda porque esses cocôs todos vão sair rolando, se desfazendo e estacionando na frente das casas dos seus vizinhos, deixando um rastro e um cheiro insuportável, indicando quem é o sem noção da rua.
Adestrando o tutor
Essa situação em relação às cacas dos cachorros tem feito com que as pessoas nos bairros se mobilizem no sentido de fazer com que os sem noção possam ser tocados no seu íntimo ao se depararem com placas do tipo: Vizinho legal recolhe as fezes do seu animal ou ainda, Recolha e leve com você o cocô do seu cachorro. E junto a essas placas tem uma garrafa pet com várias sacolinhas plásticas dentro, para que o infeliz que saiu para passear com o seu cãozinho sem esse item possa usá-lo, de preferência corretamente. Ou seja, recolhendo as fezes e jogando na lixeira mais próxima ou no lixo da sua casa.
No Jardim das Indústrias, por exemplo, região sul da cidade, os vizinhos espalharam essas placas e garrafas com sacolinhas plásticas por quase todas as ruas do bairro, pois já não aguentam mais se depararem com as fezes dos animais nas calçadas. Além do cheiro forte, muitos acabam pisando nos dejetos ao saírem de casa. Outros, ao entrarem com o carro acabam levando o cocô para dentro da garagem, que fica preso nos pneus.
E você aí, achando que não tem nada de mais largar uma bostinha aqui e outra ali? Alguns têm a cara de pau de falar que quando o cachorro defeca no pé da árvore não precisa recolher porque serve de adubo. Oi? Adubo? Não mesmo, isso se chama porquice das grandes.
A Vila Ema é outro bairro onde também encontramos, em algumas ruas, essas placas junto às garrafas pets repletas de sacolinhas. E além desse tipo de placa ainda encontramos outras como essa que está afixada na parede de uma loja de esquina: Seu cachorro é de estimação? Minhas plantinhas também são. Não deixe seu cachorro fazer xixi ou defecar em meu canteiro.
Pois é, ao que tudo indica, adestrar um animal parece ser uma tarefa mais fácil do que conscientizar o seu tutor a recolher o cocô de forma correta. Porque essa é uma reclamação constante em todos os bairros da cidade, não importa a localização, se tem casas chiques ou não, simplesmente porque o ser sem noção habita em vários lugares e geralmente é aquele tipo que adora ditar regras, mas não consegue seguir algumas simples, como a de recolher o cocô do seu cachorro ou limpar o seu quintal.
Eu, particularmente, conheço vários…
> Edna Petri é jornalista (MTb nº 13.654) há 39 anos e pós-graduada em Comunicação e Marketing. Mora na Vila Ema há 20 anos, ama os animais e adora falar sobre eles.