Foi a maior deflação na economia brasileira desde junho de 2017; inflação no ano está em 2,87%
DA REDAÇÃO*
O mês de junho teve deflação no Brasil, ou seja, houve um recuo nos preços na comparação com maio. A inflação oficial –calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)– ficou em menos 0,08%. É a primeira vez no ano que a inflação fica abaixo de zero. É também o menor resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) para um mês de junho desde 2017, quando o índice foi de menos 0,23%.
O resultado, divulgado nesta terça-feira (11) pelo IBGE, representa o quarto mês seguido em que a inflação brasileira perde força. Em maio, o IPCA foi de 0,23%. No ano, o índice soma 2,87% e, nos últimos 12 meses, 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Na comparação com maio, os grupos que mais ajudaram a colocar a inflação no campo negativo foram alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 e -0,08 ponto percentual (pp) no índice geral, respectivamente.
O que caiu
Segundo o IBGE, alimentação e bebidas e transportes integram o grupo com maior influência dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA.
O grupo alimentação e bebidas foi influenciado principalmente pelo recuo nos preços da alimentação em casa (-1,07%). Contribuíram para isso as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Já o custo da alimentação fora de casa subiu, porém com menos força (0,46%) em relação ao mês anterior (0,58%).
“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e, indiretamente, os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explicou André Almeida, analista da pesquisa, no site do IBGE.
Em transportes, o recuo de preços foi motivado por queda nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos usados (-0,93%). Esse comportamento tem a ver com a medida do governo federal para baixar o preço dos carros novos.
“O subitem automóvel novo foi o de maior impacto individual no mês, com -0,09 pontos percentuais. Essa redução nos preços está relacionada ao programa de descontos para compra de veículos novos lançado em 6 de junho pelo governo federal. Isso pode ter relação também com a queda dos preços dos automóveis usados”, destacou o IBGE.
*Com informações da Agência Brasil.