Desde terça-feira, sindicalistas e trabalhadores fazem piquetes nas portarias do parque de J&J em São José. Foto / Sindicato dos Químicos de SJC/Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

A audiência de conciliação estava marcada para esta quinta-feira; o sindicato adiantou que não tomará nenhuma decisão antes da assembleia de amanhã

 

DA REDAÇÃO

A paralisação do trabalho no parque industrial da Johnson & Johnson em São José dos Campos completou três dias nesta quinta-feira (28). No período da tarde, haveria audiência de conciliação entre as duas empresas do parque e o Sindicato dos Químicos de SJC e região no Tribunal Regional do Trabalho (TRT15) em Campinas.

O sindicato confirmou a participação na audiência, mas adiantou que “a greve será mantida até sabermos os resultados”. Está marcada assembleia com os trabalhadores às 6h desta sexta-feira (29).

Segundo a entidade, a adesão à greve é total. Estima-se que as empresas tenham 3.500 trabalhadores efetivos na planta de São José. Sindicalistas estão postados 24 horas por dia com piquetes em todas as portarias do parque.

Conlutas apoia

O Sindicato dos Químicos divulgou manifestação de apoio à greve em nota encabeçada pela central Conlutas e assinada por 69 entidades sindicais e movimentos populares que a integram.

O manifesto observa que o sindicato e a categoria têm amparo legal para realizar a greve porque estão em campanha salarial anual. “Os salários estão achatados, sendo que grande quantidade [de trabalhadores] ganha o piso salarial da categoria, menos de US$ 400 mensais, aproximadamente US$ 2,50 por hora trabalhada”, citou.

“O ponto alto da revolta é a intransigência da empresa de pagar um ticket alimentação com valor decente. Mas as reclamações incluem assédio moral que provoca adoecimento, ausência de plano de cargos e salários, terceirização que atinge quase 50% de mão de obra dos serviços internos, entre outros”, concluiu a Conlutas.

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Outro lado

O parque industrial da J&J em São José dos Campos está dividido entre duas empresas, a Johnson & Johnson do Brasil e a Kenvue, empresa que se separou da J&J em agosto de 2023. A Kenvue é a maior empresa do mundo do setor de saúde do consumidor.

As negociações com o sindicato estão sendo realizadas pelas duas empresas, envolvendo todos os trabalhadores do parque de São José.

Procurada pelo SuperBairro, a Johnson & Johnson do Brasil enviou a seguinte nota sobre a greve: “A Johnson & Johnson informa que as negociações de acordos específicos para seus funcionários de São José dos Campos seguem em andamento. Com mais de 90 anos de presença no Brasil, a empresa reitera seu compromisso e respeito pelos seus funcionários, e está dedicada a encontrar uma solução adequada para todas as partes.”

O SuperBairro está tentando manter contato com a Kenvue. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.

APOIO / SUPERBAIRRO