Favorita ao ouro em Tóquio, Pâmela Rosa ficou em 10º lugar; após a prova, revelou que competiu lesionada
DA REDAÇÃO
Uma das favoritas à conquista de uma medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a skatista joseense Pâmela Rosa não foi feliz e terminou a competição na modalidade street em 10º lugar. A apresentação de Pâmela foi feita no final da noite deste domingo (25), pelo horário do Brasil, segunda-feira (26) pelo fuso horário japonês.
Após o resultado final, que deu medalha de prata para a atleta Rayssa Leal, de apenas 13 anos, Pâmela postou no seu Instagram que disputou a Olimpíada lesionada.
“Mais uma vez enfrentei uma competição lesionada, mas essa lesão não me parou, fui até onde consegui! Agradeço imensamente todas as energias positivas, toda torcida e todo o apoio. Obrigada meu Deus, pela saúde e por essa oportunidade. Vamos lá, o skate vive em mim”, disse ela.
O desempenho de Pâmela ficou aquém das suas performances nas principais competições da modalidade, na qual se sagrou campeã mundial em 2019. A atleta somou quedas e terminou a terceira bateria na sexta posição entre 20 competidoras, mas foi ultrapassada por adversárias das baterias seguintes e encerrou sua participação em décimo lugar, com 10,06 pontos.
Treinador previa ouro
Em entrevista ao portal de esportes Lance no início deste mês, o treinador de Pâmela, Leandro Macaé, disse que, após ser contratado pela equipe da atleta, decidiu focar cem por cento nela.
“Resolvi parar por um tempo de treinar outros atletas para focar exclusivamente na medalha de ouro que a Pâmela poderá trazer para o Brasil”, explicou, antes da Olimpíada. “Com a disciplina e o talento fenomenal que ela possui, somados ao trabalho que estamos fazendo, que é 60% mental e 40% físico e técnico, vejo grandes chances de obtermos o melhor resultado para o Brasil”, previu Macaé.
Quem é Pâmela
A joseense Pâmela Rosa tem 21 anos de idade e nasceu no bairro Novo Horizonte, na região leste. Começou a praticar skate aos 8 anos, quando se tornou a mais nova campeã na modalidade street. Também é a atleta mais jovem a conquistar medalhas de ouro nos X Games, dos quais foi bicampeã.
Visitando estudantes da Emef Pinheirinho dos Palmares, na região sudeste, em dezembro de 2017, Pâmela respondeu às crianças sobre os seus planos para o futuro. “Agora, estou focada em conquistar uma vaga para a próxima Olimpíada”, revelou, antecipando o que iria acontecer em junho deste ano.
A atleta também disse que pretende cursar faculdade de educação física para que, no futuro, possa abrir uma academia com pista de skate em São José. “Quero muito poder dar oportunidades às outras pessoas, quero ter uma escolinha”, contou.
Pâmela Rosa é apoiada pela Prefeitura de São José dos Campos por meio da LIF (Lei de Incentivo Fiscal).
Skate surgiu nos anos 60
O skate surgiu na Califórnia (Estados Unidos), no início dos anos 60. O esporte foi criado por surfistas como opção para os dias em que não havia ondas. Com o passar do tempo a prática foi ganhando adeptos em todo o mundo, tornando-se um estilo de vida para uns e esporte de competição para outros.
O skate está estreando como modalidade olímpica em Tóquio-2020, com provas nas modalidades street e park. O skate street simula obstáculos naturais de rua, como escadas, corrimões, pequenas rampas etc. Já o park é uma modalidade de pista em que o atleta tem 45 segundos para realizar suas manobras.
O Brasil está sendo representado por 12 atletas, o total máximo permitido por país. Até este domingo, o país já havia conseguido medalha de prata no street masculino com Kelvin Hoefler, somando-se agora a prata de Rayssa, a “fadinha do skate”.