Advogado entra com ação pedindo à Justiça nomeá-lo como administrador provisório da entidade, que, segundo ele, está acéfala
DA REDAÇÃO
O advogado Carlos Amaral ingressou na Justiça do Estado com pedido para ser nomeado administrador provisório da Savema (Sociedade Amigos da Vila Ema, Jardim Maringá e Adjacências).
A intenção de Amaral é exercer a função na entidade que, segundo ele, está acéfala depois que o mandato da diretoria anterior terminou em dezembro do ano passado. Em seguida, o advogado pretende criar as condições necessárias para, de acordo com o estatuto da Savema, convocar nova eleição da diretoria.
A ação foi recebida pela juíza Gabriela Souza Silveira, da 4ª Vara Cível, que tem 30 dias para se manifestar. Porém, como o autor incluiu pedido de liminar, alegando que a associação não tem comando no momento, a nomeação pode ser antecipada até que a decisão final seja proferida.
Irregularidades
Carlos Amaral tem 46 anos de idade, nasceu e foi criado na Vila Ema. Ele é filho do empresário José Monteiro do Amaral, proprietário da Casa de Carnes Estrela do Sul, tocada pela família e um dos primeiros estabelecimentos comerciais do bairro. Amaral foi um dos fundadores da Savema e integrou o Conselho Fiscal da última diretoria.
A pedido de membros do Conselho Fiscal com mandato extinto, o advogado participou de uma reunião no último dia 29 para ser discutida a situação da entidade, já que o período de mandato da diretoria referente a 2022/2024 foi esgotado sem que uma nova eleição fosse convocada.
A partir da análise da situação jurídica da Savema, Carlos Amaral decidiu-se pela ação na Justiça, onde entrou na condição de morador do bairro e, de acordo com o estatuto, também associado.
Para reforçar seu pedido, o advogado mencionou que nem mesmo a assembleia que definiu a diretoria do último mandato está regular, uma vez que não foi registrada ata junto ao Cartório de Títulos e Documentos, aparentemente sob a alegação de dificuldades no período da pandemia de covid-19.
Caso seja nomeado, Amaral pretende promover uma revisão do estatuto seguida de convocação de eleição com a participação do maior número possível de eleitores. De acordo com o estatuto atual, podem ser admitidos como associados os moradores, proprietários e comerciantes dos bairros e localidades dentro de um raio de 1.500 metros a partir da sede da entidade, na avenida Heitor Villa-Lobos, nº 1.041, na Vila Ema.
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Recuperação
A decisão de Carlos Amaral ingressar na Justiça tem como objetivo, segundo ele, recuperar a entidade e fazê-la retornar aos tempos em que era atuante e respeitada.
“Tínhamos uma raia de malha que fazia sucesso em toda a cidade, e também um time de futebol que usava o campo do Oratório [atual área de estacionamento da Paróquia Sagrada Família] e disputava competições oficiais”, relembra o hoje advogado, que acompanhou esse período como morador na Vila Ema.
“A Savema também cumpria uma finalidade social importante, cedendo espaço para todas as campanhas de saúde e comunitárias realizadas pela Prefeitura”, completa. “Mas, infelizmente, tudo isto foi acabando”, lamenta Amaral.
Ele admite que, para que a entidade volte aos bons tempos, agora a prioridade é regularizar a sua situação jurídica e a escolha de uma nova diretoria.
Outro lado
O SuperBairro fez contato com os dois últimos presidentes da Savema para comentarem a situação atual da entidade e a ação ingressada na Justiça. Marco Pires, que iniciou o período de 2022 a 2024 como presidente, mas afastou-se por motivos pessoais no primeiro semestre de 2023, respondeu: “Ele é competente e vai fazer um bom trabalho”.
Celso de Almeida, que substituiu Pires e exerceu o mandato até o final de 2024, ainda não retornou ao SuperBairro. Caso haja uma manifestação sua, este texto será atualizado.
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