Vejo aos poucos as pessoas retomarem a vida pré-pandemia. No último sábado participei de um churrasco muito animado. Todos à vontade, lugar aberto, arejado. Apenas uma pessoa estava com máscara durante a maior parte da festa. Porém, no final o samba esquentou e a proteção que nos atormentou por dois anos foi deixada de lado.
A sensação de reencontrar os amigos, abraçar, beijar, cantar e tocar sem medo é boa demais.
Passei dois anos ensaiando, fazendo lives, trocando experiências musicais com minha banda virtual. E agora, finalmente, na próxima terça-feira, vamos nos encontrar, nos conhecer pessoalmente. Isso é muito maluco, né. Parece que são meus amigos há anos.
A pandemia acelerou diversos projetos que estavam parados, engavetados. A plataforma que utilizamos para tocar online, por exemplo, teve um aumento absurdo de acessos, novos usuários e funcionalidades tecnológicas impensáveis em tempos “normais”.
E o interessante é que isso tudo veio para ficar. Não é porque a pandemia está perdendo força que vamos deixar de tocar online, ensaiar, fazer lives. É uma nova ferramenta que já está no dia a dia de quem trabalha com música.
Agora é tocar ao vivo, lado a lado, no palco, sem fones de ouvido e sentindo a pulsação e o ritmo.
> Henrique Macedo é jornalista (MTb nº 29.028) e músico. Mora há 40 anos na Vila Ema.