Linha de produção na GM em São José: produção reduzida com layoff por até 10 meses. Foto / General Motors/Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Acordo com sindicato prevê paralisação de parte da fábrica por até 10 meses; trabalhadores terão estabilidade no emprego e outros benefícios

 

DA REDAÇÃO

A partir da próxima segunda-feira (3), a unidade da General Motors (GM) em São José dos Campos entrará em layoff, com suspensão dos contratos de trabalho de até 1.200 trabalhadores por um período de até 10 meses. O motivo da paralisação da produção é a queda nas vendas de veículos no país. A GM conta com 3.958 trabalhadores em São José, onde produz os modelos S10 e Trailblazer.

Os termos do acordo de layoff proposto pela empresa foram aprovados em assembleia conduzida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos na última terça-feira (27). Segundo a entidade, o layoff foi aprovado após a garantia de que todos os trabalhadores –tanto os que serão afastados quanto os que irão ficar– terão estabilidade no emprego durante a vigência da suspensão dos contratos.

A medida atingirá operários de todos os setores da empresa, que suspenderá o segundo turno durante o período. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, nas três reuniões de negociação realizadas com a montadora foram apresentadas alternativas ao layoff, como redução da jornada de trabalho sem redução de salário, que não foi aceita pela GM. Com isso, a entidade negociou a manutenção de todos os postos de trabalho.

“Desde o início das negociações, o sindicato apresentou como condição para haver acordo a estabilidade no emprego. A GM lucrou muito nos últimos anos e não podemos admitir que haja redução nos postos de trabalho. Diante da atual conjuntura do país, a prioridade do nosso sindicato é defender os empregos dos metalúrgicos”, disse o vice-presidente do sindicato, Valmir Mariano.

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Negociação

O acordo prevê que os trabalhadores em layoff recebam 100% do salário líquido. Uma parte será paga com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e o restante será depositado pela empresa.

Por causa do não recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), em virtude da suspensão dos contratos, ficou acertado que a GM pagará 8% a mais de salário como forma de compensação. Os trabalhadores em layoff também não terão desconto de imposto de renda.

A suspensão dos contratos não irá alterar o período de férias dos operários. Além disso, a GM firmou o compromisso de pagar o 13º salário completo para todos, bem como a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o reajuste salarial na data-base da categoria (1º de setembro). Os operários terão ainda o vale-alimentação e o plano de saúde mantidos.

Na vigência de um layoff, a legislação brasileira prevê que os operários façam cursos de requalificação. No caso dos metalúrgicos da GM, o curso será on-line. Por isso, o acordo prevê uma ajuda de custo a ser paga pela GM para gastos mensais com internet.

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