Lula e Biden se encontram em Nova York. Foto / Ricardo Stuckert/PR

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Presidentes tiveram encontro bilateral em Nova York; Biden falou em trabalhar para mobilizar “centenas de milhões de dólares para preservar a Amazônia e os ecossistemas cruciais da América Latina”

 

DA REDAÇÃO*

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lançaram nesta quarta-feira (20), em Nova York, uma parceria para promoção do “trabalho digno”. Eles afirmaram o compromisso mútuo com os direitos dos trabalhadores por meio da assinatura de um protocolo. A iniciativa entre os dois países visa combater a precarização do trabalho, tendo os sindicatos como base de apoio.

“Não queremos só que uma classe se saia bem, queremos que os pobres tenham a oportunidade de subir na vida. Os ricos não pagam impostos suficientes. Essa visão é impulsionada por uma força trabalhista forte. Orgulho-me que meu governo tem sido caracterizado como o mais pró-sindicato na história dos EUA”, afirmou Biden no discurso de lançamento da iniciativa.

A Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores tem como diretrizes principais a proteção dos direitos trabalhistas; a promoção do trabalho digno nos empreendimentos públicos e privados; o combate à discriminação no local de trabalho; a abordagem centrada dos trabalhadores na transição para energia limpa; e o uso da tecnologia e da transição digital em prol do trabalho decente.

Trabalho decente

Em seu discurso, Lula enalteceu o caráter histórico da parceria e destacou os desafios atuais para promover o trabalho decente no planeta após, segundo ele, décadas de vigência do neoliberalismo.

“O saldo é que nós temos 2 bilhões de trabalhadores que estão no setor informal, segundo a OIT [Organização Internacional do Trabalho]. O dado concreto é que temos 240 milhões de trabalhadores que, mesmo trabalhando, vivem com menos de US$ 1,90 por dia. É inaceitável que mulheres, minorias étnicas e pessoas LGBTQIA+ sejam discriminadas no mercado de trabalho”, afirmou.

Lula também defendeu o fortalecimento do papel dos sindicatos. “Não há democracia sem sindicato forte, porque o sindicato é efetivamente quem fala pelo trabalhador para tentar defender os seus direitos”, completou.

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Segundo o presidente dos Estados Unidos, os trabalhadores é que serão os principais agentes no processo de transformação energética e tecnológica que o planeta precisa enfrentar nos próximos anos.

“Sabemos que o nosso progresso depende dos nossos trabalhadores. Eles é que vão impulsionar a transição da energia verde, eles é que vão tornar segura a cadeia de valor e erguer a infraestrutura para manter forte a nossa economia”, disse Joe Biden.

Lula e Biden se comprometeram a impulsionar a adesão de outros países à Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e tentar reverter a situação de exploração existente. Os dois presidentes também querem estabelecer uma agenda centrada em aumentar a importância dos trabalhadores em instituições multilaterais como o G20, a COP 28 e a COP 30.

Antes do lançamento da iniciativa, Lula e Biden tiveram um encontro bilateral. Na ocasião, Biden falou em trabalhar conjuntamente com o Brasil para enfrentar a crise do clima, “mobilizando centenas de milhões de dólares para preservar a Amazônia e os ecossistemas cruciais da América Latina”.

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Na ONU

O presidente Lula viajou a Nova York para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Na terça-feira (19), em discurso no plenário da organização, ele criticou o neoliberalismo e disse que o desemprego e a precarização do trabalho “minaram a confiança das pessoas em tempos melhores, em especial os jovens”. Para Lula, isso deu brecha para a ascensão da extrema direita em diversas partes do mundo.

O presidente desembarcou em Nova York na noite de sábado (16), participando de reunião com empresários e autoridades estrangeiras. Nesta quarta-feira, Lula se encontrou com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, e deve retornar à noite para o Brasil.

 

*Com informações da Agência Brasil.

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