Foto / Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Manoel de Barros

 

Todas as coisas cujos valores podem ser

disputados no cuspe à distância

servem para poesia

 

O homem que possui um pente

e uma árvore serve para poesia

 

Terreno de 10 x 20, sujo de mato – os que

nele gorjeiam: detritos semoventes, latas

servem para poesia

 

Um chevrolé gosmento

Coleção de besouros abstêmios

O bule de Braque sem boca

são bons para poesia

 

As coisas que não levam a nada

têm grande importância

 

Cada coisa ordinária é um elemento de estima

Cada coisa sem préstimo tem seu lugar

na poesia ou na geral.

 

Manoel Wenceslau Leite de Barros foi poeta pertencente cronologicamente à Geração de 45, mas formalmente ao pós-Modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas europeias do início do século, da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade. Nasceu em Cuiabá (MT) no dia 19 de dezembro de 1916 e morreu em 13 de novembro de 2014 em Campo Grande (MS). Fonte: Wikipédia

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> Júlio Ottoboni é jornalista (MTb nº 22.118) desde 1985. Tem pós-graduação em jornalismo científico e atuou nos principais jornais e revistas do eixo São Paulo, Rio e Paraná. Nascido em São José dos Campos, estuda a obra e vida do poeta Cassiano Ricardo. É autor do livro “A Flauta Que Me Roubaram” e tem seus textos publicados em mais de uma dezena de livros, inclusive coletâneas internacionais.

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