Moro: apanhando de todos os lados. Foto / Agência Brasil

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Enfim, Sergio Moro desembarcou na pré-campanha para a sucessão de Jair Bolsonaro em 2022. Filiado ao Podemos, já falou como pré-candidato do partido, atiçou políticos como o senador paranaense Alvaro Dias; assanhou setores militares, como o general Santos Cruz, desiludidos com o bolsonarismo; seduziu parte da direita do país e até foi visto como alternativa de composições com partidos de centro-direita e centro. Ao que parece, chegou, finalmente, o nome para encarnar a terceira via contra Lula e Bolsonaro.

Até agora, os sinais são positivos para Moro. Nas pesquisas mais recentes, já cravou nos dois dígitos, passando –ou empatando tecnicamente– por Ciro Gomes, que está há mais de um ano em pré-campanha. Mais importante que isso, pois Ciro é um candidato da esquerda e centro-esquerda, é que o ex-juiz e ex-ministro da Justiça deixou “comendo poeira” todos os nomes de direita, centro-direita e centro, sentando-se na janelinha das pesquisas em um claro terceiro lugar.

Se essa posição é sustentável ou é um voo de galinha, só as próximas semanas vão dizer. O que se sabe é que ninguém chega impunemente a dois dígitos em uma pesquisa. Por isso mesmo, não será ignorado por nenhum dos demais concorrentes.

Se Moro vai bater na corrupção, como está prometendo fazer, também vai apanhar muito dos corruptos e dos não corruptos que pretendem o seu lugar nas pesquisas.

Nos últimos dias, o jornalista Luis Nassif, hoje nitidamente alinhado com posições à esquerda, bateu sem dó em um dos principais aliados de Moro, o ex-procurador Deltan Dallagnol, um dos encarregados da Lava Jato, que também se afastou da carreira e deverá se filiar ao Podemos do Paraná. [Veja aqui] o calibre da paulada de Nassif no procurador odiado pelo PT.

Do resultado deste bate-apanha, será possível saber se Moro terá chances na eleição do ano que vem.

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PONTO A PONTO

Festa no PSDB esconde que o partido irá dividido para as eleições de 2022. Foto / Divulgação

O que muda com a vitória de Doria?

Finalmente o PSDB conseguiu chegar à estaca zero, ou seja, definiu quem irá disputar a presidência da República pelo partido em 2022. Ou não. Até lá, muita água deve rolar por baixo da ponte e todas as possibilidades estão abertas.

No final do sábado (27), os tucanos meteram o bico na finalíssima da Libertadores entre Palmeiras e Flamengo. Enquanto os dois times trocavam botinadas em Montevidéu, os cerca de 47 mil filiados ao partido habilitados para votar –e mais os que não puderam fazê-lo– aguardavam com ansiedade de torcedores o resultado das prévias.

No final, o novo aplicativo não deu chabu e foi declarado o vencedor:  João Doria, com 53,99% dos votos. Em segundo, Eduardo Leite mostrou que levou muito a sério uma disputa que poderia ter vencido, terminando com 44,66%. O ex-senador e ex-prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio, nem disse a que veio e ficou com 1,35% da votação.

Ao final, os três candidatos e mais o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, ensaiaram uma união pouco provável. O normal é cada ala pensar em uma solução para o partido, que está visivelmente rachado. Nele cabem tucanos históricos, gente de centro-esquerda, liberais de centro e centro-direita e até, quem diria, a direita bolsonarista. Como se entender nesta torre de babel?

E em São José?

Cury, Doria e Felicio: ao vencedor, as batatas! Foto / Claudio Vieira/PMSJC

Se as prévias não deram muito ânimo aos tucanos na corrida eleitoral, no PSDB de São José dos Campos ninguém se manifestou desde o sábado até a noite de domingo (28). Sinal de que o resultado não foi bem digerido.

É claro que virão declarações sobre as tais “relações republicanas”, mas o fato é que o PSDB local se expôs mais do que o necessário na disputa, apoiando maciçamente o governador gaúcho Eduardo Leite. O problema é que o prefeito Felicio Ramuth terá que se entender, até o final de 2022, com o governador João Doria, depois com o vice Rodrigo Garcia e, ainda depois que os dois saírem candidatos, com a máquina dorista que certamente vai ficar tomando conta da casa no Governo de São Paulo.

Só o futuro vai dizer qual será o preço a ser pago pelo PSDB de São José e, por extensão, pela Prefeitura do município.

Cury não vê prejuízo

O deputado federal Eduardo Cury foi pragmático em sua análise ao SuperBairro sobre o resultado das prévias. “Agora que existe um pré-candidato, o partido fica em segundo plano e vai caber ao pré-candidato [Doria] propor como ele vai vencer o desafio de agregar as forças do centro e como vai se apresentar para ter chances de vencer a eleição”.

Quanto ao relacionamento que a Prefeitura [Felicio Ramuth e aliados] e o Governo do Estado [Doria e aliados] terão até o final do ano que vem, Cury também minimizou: “Não vejo nenhuma mudança de piora no relacionamento. Nós tomamos uma decisão que achamos ser a melhor e o Governo do Estado respeitou a nossa decisão. Não houve nenhuma paralisia dos investimentos, tudo continua como antes”, declarou, concluindo: “Fora isso, eu e Felício temos mandatos conferidos pela população, o que nos garante que continuaremos a trilhar o caminho correto para nossa cidade e região”.

E a janela partidária?

Professor Eutálio Porto: explicando as leis. Foto / Arquivo pessoal

Para resolver certos desconfortos, nada melhor que a abertura de uma janela partidária no ano que vem, seis meses antes do término dos mandatos. Do jeito que os principais partidos do país estão embolados, com várias correntes ideológicas –ou oportunistas, ou pragmáticas– tendo que conviver dentro da mesma casa, a tal janela até poderia ser mais ampla.

Mas o que se tem para 2022 é a lei atual. Para explicar a questão da janela e da fidelidade partidária, o SuperBairro convidou o professor de direito constitucional e desembargador Eutálio Porto para escrever um artigo sobre o assunto.

[Veja aqui] o artigo de Eutálio Porto, que é professor de direito, desembargador, leciona na Faculdade de Direito da Univap e mora em São José dos Campos.

Enquanto isso, no DCTA…

Bolsonaro: Flamengo, Palmeiras ou todas as alternativas estão corretas? Foto / Facebook/Reprodução

Pouco interessado nas trocas de farpas entre Doria e Leite nas prévias do PSDB, o presidente Jair Bolsonaro preferiu fazer pose de torcedor na sua passagem forçada por São José dos Campos, onde utilizou o aeroporto como base para mais uma de suas frequentes idas até a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ).

Bolsonaro usou instalações do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), para ver a final da Libertadores entre Palmeiras e Flamengo. Comenta-se que ele torceu pelo Flamengo, coincidentemente a torcida mais numerosa do Brasil. Ninguém entendeu. Afinal, o presidente já se declarou palmeirense em outra ocasião. Mas a ficha caiu quando se começou a buscar nos arquivos as fotos dele com camisas de times de futebol. São incontáveis.

Um vê futebol; o outro, dança

O eleitor deve se preparar para o pior daqui por diante no que se refere à exposição dos pré-candidatos nas mídias sociais. Vale tudo, o que importa é aparecer. Santista –ainda não mudou– mas com seu clube em fase de pouca sorte, o governador João Doria antecipou-se aos gozadores de plantão e ele mesmo publicou o “mico” de uma dança com a baiana Claudia Leite durante o evento Natal Solidário de 2019. Resultado: vergonha alheia. [Veja aqui] o vídeo de Doria no Facebook.

Nuzman também dança

Nuzman: 30 anos de “cana” aos 79 anos; mas, como sempre, cabem recursos. Foto / Divulgação

Na quinta-feira (25), a lâmina da guilhotina desceu sobre o pescoço de Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), ex-membro do COI (Comitê Olímpico Internacional) e ex-presidente do comitê de candidatura e do Comitê Organizador da Rio-2016.

Em sentença de primeira instância, o juiz federal Marcelo Bretas condenou o réu a 30 anos e 11 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Bretas entendeu que o dirigente esportivo, hoje com 79 anos, foi o cabeça de uma trama para fazer o Rio de Janeiro ser escolhido como sede da Olimpíada de 2016. Ele teria obtido do então governador Sérgio Cabral (RJ) 2 milhões de dólares para comprar votos africanos, que teriam sido doados pelo empresário Arthur Soares.

Anos depois, uma empresa que tem Soares como sócio recebeu desconto de 30% do Comitê Rio-2016, presidido por Nuzman, ao devolver dinheiro pago pelo comitê para reservar hospedagens em um hotel que não ficou pronto. Nuzman foi condenado a 30 anos, 11 meses e oito dias de prisão e Cabral, a 10 anos, oito meses e 391 dias.

O advogado de Nuzman disse que que Bretas condenou o ex-dirigente “por esporte, sem provas” e, é claro, promete recorrer.

E este nunca dança

Afagos europeus: Lula é recebido por Macron. Foto / Ricardo Stuckert/Divulgação

O interessante na foto acima é que, dos quatro principais personagens que aparecem comemorando a escolha do Rio para a Olimpíada, três não estão vivendo seus melhores dias: Nuzman, pelos motivos óbvios; Sergio Cabral, quase encoberto na foto, está condenado a centenas –ou milhares?– de anos por tudo o que se possa imaginar e mais um pouco; e o rei Pelé, além de enfrentar problemas de saúde, tem sido a cada dia mais cobrado pela negativa em assumir a paternidade da filha, que morreu de câncer anos depois.

O único que hoje plana em céu de brigadeiro é Lula, o velho Luiz Inácio da Silva. Apesar de amargar um tempo na prisão por condenações do juiz Sérgio Moro, ele conseguiu reverter tudo ao provar que Moro e os promotores da Lava Jato cometeram falhas gritantes nos processos. Com isso, Lula é hoje praticamente “virgem” na Justiça brasileira.

E tem mais. O mundo gosta dele assim como é. Mesmo tendo escorregado ao comparar os 16 anos de mandato de Angela Merkel na Alemanha com a ditadura indefensável de Daniel Ortega na Nicarágua, o mundo sempre o perdoa.

Lula tem sido recebido com honras e simpatia nas suas viagens internacionais pela Europa. Seu próximo alvo é Joe Biden, presidente dos EUA. E o respeitado jornal “The New York Times” se antecipou, publicando reportagem de página inteira com o petista.

[Veja aqui] o comentário do jornalista Caio Blinder sobre Lula em um dos principais jornais do mundo.

Resumindo: todos dançam com a corrupção, enquanto Lula plana, surfa, navega, voa… e se livra.

Escolinha do Prof. Emanuel

Emanuel nas redes sociais: soluções para o Brasil. Foto / Facebook/Reprodução

Ele voltou às redes sociais, mas já avisou logo no primeiro vídeo: não vai entrar no “fla-flu” do dia a dia da política e nem focar nas eleições que vêm pela frente. O ex-prefeito de São José e ex-deputado federal Emanuel Fernandes promete uma série de vídeos para discutir com seus seguidores soluções para o Brasil.

Começou bem, demonstrando a fraqueza dos atuais partidos políticos e o dilema do eleitor, que vota no presidente da República para que ele resolva os problemas no “atacado”, mas ao mesmo tempo escolhe o deputado federal de acordo com os seus interesses pessoais, o “varejo”.

Para variar, os/as emanueletes adoraram e despejaram elogios e agradecimentos nas redes sociais de Emanuel.

[Veja aqui] o primeiro da série de vídeos, publicado no domingo (28).

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NA CÂMARA

Pascucci: surfando no skate. Foto / Divulgação

Capital do skate?

Ágil como uma manobra da bicampeã mundial Pâmela Rosa, o vereador Rafael Pascucci (PTB) fez chegar à Câmara o projeto de lei 462/21, que autoriza a Prefeitura a criar uma escolinha de skate no município, pública e gratuita, destinada a crianças e jovens de 5 a 17 anos. As aulas poderão ser dadas em pistas públicas. O projeto tem a coautoria do vereador Fabião Zagueiro (Solidariedade).

Para “surfar” ainda mais no título da joseense Pâmela, Pascucci apresentou outro projeto, o 427/21, criando um campeonato municipal de skate, anualmente no terceiro final de semana de agosto, quando já se comemora o Dia do Skate, cuja lei é de 1999.

Nesse ritmo, a Capital do Avião também vai se transformar na Capital do Skate.

Conde é joseense

Plenário reaberto: Robertinho e o título a Manoel Conde Neto. Foto / Cleverson Nunes/CMSJC

A Câmara voltou a realizar sessões solenes no plenário após as restrições causadas pela pandemia. A primeira ocorreu na segunda-feira (22), para conceder o título de Cidadão Joseense ao empresário Manoel Conde Neto. A homenagem foi proposta pelo vereador Robertinho da Padaria (Cidadania), também presidente do Legislativo, com a coautoria de nada menos que sete outros vereadores.

Proprietário do Grupo Farma Conde, cujo carro-chefe é a rede de drogarias de mesmo nome, uma das maiores do país, Conde contribuiu com o município doando recursos para a construção do hospital de retaguarda, que irá abrigar no futuro o pronto-socorro do Hospital Municipal, entre outras contribuições durante a fase mais grave da pandemia.

A participação do grupo em São José tem se diversificado para outras áreas, principalmente o esporte. Além de vencer a licitação para gerir a Arena de Esportes pelos próximos 20 anos, a marca Farma Conde patrocina a equipe de voleibol da cidade que disputa a Superliga da modalidade.

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TOQUE FINAL

Google / Reprodução