“Sucata”: foi no que se transformaram três árvores de grande porte suprimidas no último sábado; prefeitura diz que local não receberá novas árvores. Vídeo / SuperBairro
Em dois meses, região do Esplanada já perdeu 14 árvores; prefeitura fala em plantio em locais próximos, não no mesmo local dos cortes; outra modalidade é compensação em dinheiro
WAGNER MATHEUS*
Na manhã do último sábado (17), mais três árvores de grande porte foram suprimidas pela prefeitura na região do centro expandido. Desta vez, o local foi a avenida Barão do Rio Branco, na esquina com a avenida São João, no Jardim Esplanada.
Segundo informou a Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade (Seurbs), a decisão sobre a supressão ocorreu após vistoria de rotina do programa Arboriza São José. “A equipe identificou que as árvores apresentavam baixa densidade foliar para a época, necroses no caule, cavidades na base do caule e presença de fungos”, justificou a prefeitura.
Questionada sobre o fato de o problema ter afetado três árvores em sequência, a secretaria afirmou que “como se trata de uma avenida movimentada, as supressões foram recomendadas para evitar problemas como queda de ramos sobre os veículos e munícipes”, não explicando se as três árvores tinham o mesmo grau de comprometimento.
Na mesma nota, a Seurbs esclareceu que não serão plantadas novas árvores no mesmo local das espécies suprimidas. “Serão feitas as destocas e os reparos no passeio e os plantios de novas espécies [serão feitos] em locais próximos da supressão”, informou.
Sobraram quatro
A calçada pública onde foram feitos os cortes fica em frente ao terreno onde está instalada a loja de móveis Mobile Top. Contatado pelo SuperBairro, o proprietário respondeu, por meio de uma funcionária, que “o pedido não partiu da nossa parte”.
Perguntado se a empresa pretende plantar novas árvores nos locais das que foram retiradas ou pedir que a prefeitura faça o replantio e qual a importância que o empresário dá para a arborização urbana, a resposta foi uma sugestão para “procurar o órgão competente junto a prefeitura que teve a decisão de fazer o corte das árvores, pois não temos detalhe nenhum”.
Restaram quatro árvores na calçada da Mobile Top, uma delas de pequeno porte, bem na esquina entre a Barão do Rio Branco e a São João. As outras três estão na lateral do terreno, com frente para a avenida São João.
Segundo as plaquetas do cadastro de árvores da prefeitura, são duas sibipirunas e um ipê-roxo-de-bola. A maior das sibipirunas mede 14 metros de altura e seu tronco tem 106 centímetros de diâmetro; a segunda tem 9 metros de altura e 39 centímetros de diâmetro.
O ipê possui 12 metros de altura, com diâmetro de 29 centímetros. A árvore de pequeno porte não foi classificada no cadastro. As medições foram feitas no dia 24 de janeiro de 2022. O cadastro não tem informações sobre o estado sanitário de cada árvore.
Déficit de reposição
A supressão na avenida Barão do Rio Branco foi a segunda na região em dois meses. Em maio, a avenida Ana Maria Nardo Silva, no Esplanada II, perdeu 11 árvores para darem lugar à obra de requalificação viária da avenida Linneu de Moura, na ligação entre a região central e o Urbanova, na região oeste.
Na ocasião, a prefeitura respondeu que a compensação para o corte das árvores foi feita na forma de um depósito em dinheiro –denominado pecúnia– para o Fundo Municipal de Conservação Ambiental (Fumcam), que deverá plantar 5.000 mudas no município.
Porém, como informa o site da prefeitura, segundo a Seurbs, o Plano Municipal de Arborização Urbana (PMAU), criado em 2016 com a meta de plantar 55. 567 árvores na área urbana do município, só havia plantado 5.023 até o mês de fevereiro deste ano, ou seja, cumpriu 8,88% da meta. Dessas 5.023 unidades plantadas, 573, ou 11,40%, foram fixadas em toda a região central da cidade.
*Editor do SuperBairro.
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