Foto / Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Aldir Blanc

 

Caía a tarde feito um viaduto

E um bêbado trajando luto

Me lembrou Carlitos

A Lua, tal qual a dona do bordel

Pedia a cada estrela fria

Um brilho de aluguel

 

E nuvens

Lá no mata-borrão do céu

Chupavam manchas torturadas

Que sufoco louco!

O bêbado com chapéu-coco

Fazia irreverências mil

Pra noite do Brasil

 

Meu Brasil que sonha

Com a volta do irmão do Henfil

Com tanta gente que partiu

Num rabo de foguete

Chora a nossa Pátria, mãe gentil

Choram Marias e Clarices

No solo do Brasil

 

Mas sei que uma dor assim pungente

Não há de ser inutilmente

A esperança dança

Na corda bamba de sombrinha

E em cada passo dessa linha

Pode se machucar

 

Azar

A esperança equilibrista

Sabe que o show de todo artista

Tem que continuar

 

Aldir Blanc Mendes foi letrista, compositor, cronista e médico. Abandonou a profissão de médico para tornar-se compositor, sendo considerado um dos grandes letristas da música brasileira. Em 50 anos de atividade como letrista e compositor, foi autor de mais de 600 canções. Nasceu em 2 de setembro de 1946, no Rio de Janeiro (RJ) e morreu em 4 de maio de 2020, no Rio de Janeiro (RJ). Fonte: Wikipédia

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> Júlio Ottoboni é jornalista (MTb nº 22.118) desde 1985. Tem pós-graduação em jornalismo científico e atuou nos principais jornais e revistas do eixo São Paulo, Rio e Paraná. Nascido em São José dos Campos, estuda a obra e vida do poeta Cassiano Ricardo. É autor do livro “A Flauta Que Me Roubaram” e tem seus textos publicados em mais de uma dezena de livros, inclusive coletâneas internacionais.

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