Moro: o mais novo "santo" da política brasileira. Foto / Geraldo Magela/Agência Senado

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

É preciso acreditar na Justiça, botar fé na Constituição, achar que, como se diz nas religiões, os pecadores irão arder nas chamas do inferno. Mas a realidade na política brasileira não tem sido assim. Pelo contrário, faz acreditar que, como sempre, o crime compensa.

Não se deve usar a palavra “crime” neste texto. Afinal, quase todos estão tendo suas condenações pela Operação Lava Jato canceladas pela Justiça por causa da má conduta do pessoal que deveria julgar com eficiência e lisura, ou seja, o então juiz federal Sergio Moro e os então procuradores da operação em Curitiba.

O resultado tem sido o pior possível. Os “santos” mais recentes do hagiológio da política brasileira são o ex-ministro de Lula, José Dirceu, e o empreiteiro Marcelo Odebrecht, que tiveram suas condenações canceladas por causa dos trapalhões da Lava Jato.

Marcelo Odebrecht: não fez o que fez. Foto / Agência Brasil

Voltando à história política recente no Brasil, pode-se alinhar outros nomes que saíram da escuridão para a luz à base de decisões jurídicas polêmicas, como Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e Valdemar Costa Neto. Este último, condenado e réu-confesso no escândalo do Mensalão, preside hoje o maior partido político do país, o PL.

É bom não se esquecer o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também beneficiado graças aos erros de quem deveria aplicar as leis corretamente.

Como cereja deste bolo amargo, Sergio Moro, dublê de juiz federal e político, acaba de ser absolvido da acusação de abuso do direito econômico na eleição de 2022 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Se a decisão pode ser justa, uma vez que foi tomada por unanimidade, não deixa de ser um prêmio injusto a quem foi tão incompetente como juiz da operação mais importante da Justiça brasileira nas últimas décadas.

De todo este imbróglio, fica a constatação de que o Brasil trata muito melhor os seus políticos que cometem “enganos” do que os suspeitos comuns.

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PALANQUE

Balieiro dá a largada

Balieiro e Marina: chapa completa da esquerda para outubro. Foto / Facebook/Reprodução

Parece ter sido um bom início. Salão de convenções de um hotel da cidade lotado por militantes, praticamente todo o primeiro time do PT e PSOL presente, clima de otimismo. Foi assim o lançamento da pré-candidatura de Wagner Balieiro a prefeito e de Marina Sassi a vice. Balieiro aposta no corpo a corpo e já tem recorrido a conversas com grupos de moradores diretamente em suas casas. O preço a pagar é o cafezinho nem sempre quente.

Cabral vai de podcast

Cabral: surfando na onda do meio ambiente. Foto / Instagram/Reprodução

O pré-candidato a prefeito pelo PDT, Wilson Cabral, dá embalo na pré-campanha e começa a conversar com os eleitores via redes sociais. Ele criou o podcast Sanja Pod, que pode ser seguido em seu perfil no Instagram (@wilsoncabral_prof) ou diretamente no YouTube. Nas primeiras postagens, Cabral confirmou que a questão ambiental será o ponto alto da campanha e lembrou do Dia Internacional da Biodiversidade.

Fogo amigo?

Anderson e sua dancinha: pareceu ataque do inimigo, mas não foi. Foto / Instagram/Reprodução

Alguns pensaram que o prefeito Anderson Farias (PSD), pré-candidato à reeleição, estava sendo alvo de haters e provocadores terríveis. Mas depois de identificarem o vídeo no Instagram como uma publicação da página @meuprefeitoanderson, concluíram que ele foi alvo de uma espécie de fogo amigo. O vídeo mostra o prefeito comemorando os 600 seguidores (quantos?) na sua página com uma dança no mínimo horrorosa. A boa notícia é que o jogo nem começou e o pré-candidato pode pensar melhor na qualidade técnica da campanha. Clique [aqui], veja o vídeo e dê a sua opinião.

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PONTO A PONTO

Vai ou não vai? (1)

Valdemar: “ele vem”; Tarcísio: “não vou não”. Foto / Opinião ES/Reprodução

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, está ficando craque em quase matar político joseense de susto. Recentemente, deu o spoiler da ida do tucano Eduardo Cury para o seu partido. A notícia se confirmou dias depois. Agora, diz que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai seguir o mesmo caminho. Será? Tarcísio negou. Mas onde há fumaça…

Vai ou não vai? (2)

Os apagadores de incêndios estão dizendo que uma mudança de partido por parte de Tarcísio só ocorreria depois das eleições de outubro, o que tranquiliza a gregos e troianos da política joseense. Já imaginou Anderson Farias e Felicio Ramuth falando sozinhos lá no PSD enquanto Cury ganha um governador de presente para a campanha?

Civismo na sala

Antes da aprovação em sessão tumultuada na Assembleia Legislativa, a criação de escolas cívico-militares recebeu sinal verde em São José com a aprovação do projeto de lei do vereador Thomaz Henrique (PL), na quinta-feira (17). Só as petistas Amélia Naomi e Juliana Fraga votaram contra. O projeto é autorizativo, mas se encaixa perfeitamente na futura lei estadual que prevê a exigência do apoio das secretarias municipais de Educação para a instalação desse tipo de escola.

Comemorando

Leticia: luta antiga vira lei estadual. Foto / Instagram/Reprodução

A aprovação das escolas cívico-militares, tanto em nível estadual quanto em São José, foi bastante comemorada pela deputada Leticia Aguiar (Progressistas), que elegeu esse objetivo como um dos principais deste mandato. “Em 2025, estamos ansiosos para ver a implementação de pelo menos 100 escolas cívico-militares, proporcionando um ambiente de aprendizado seguro e enriquecedor para nossos alunos”, disse a deputada em suas redes sociais.

Explique-se…

Eleven: todo ouvidos. Foto / Flávio Pereira/CMSJC

Falando em Thomaz Henrique, o vereador ganhou prazo de 10 dias do presidente da Câmara, Roberto do Eleven (PSD), para se explicar sobre os três pedidos de cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Ele disse algo como “quem sabe se o governo militar tivesse matado mais comunistas, mais terroristas, tinha evitado o que está acontecendo hoje”. O prazo termina no início da próxima semana.

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TOQUE FINAL

Foto / Pixabay

“O meu ideal político é a democracia, para que todo homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado.”

Albert Einstein

Físico alemão (1879-1955)

 

*Texto atualizado às 21h20 do dia 23/5/24 para revisão ortográfica e alteração de layout.