Daniel Craig encarna pela última vez o personagem James Bond no cinema. Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Ainda que não tenha a elegância de Sean Connery nos anos 60, a ironia de Roger Moore nos anos 70 e o charme de Pierce Brosnan nos anos 90, o fato é que continuamos fãs do impecável James Bond. Desde a criação do escritor Ian Fleming, em 1953, várias mudanças ocorreram, e o que era ficção virou real, como o telefone portátil e a comunicação holográfica, que há não muito tempo só existiam nos filmes do 007 e eram “coisas de cinema”!

Entretanto, a mais nova e longa versão desse longa metragem (2h43min) que acaba de chegar às telonas pós-pandemia, sob o título “007 – Sem Data Para Morrer” (No Time To Die), mantém ação e suspense em tempo integral, traz diversidade racial e de gênero e bioterrorismo.

Mostrando um James Bond aposentado, apaixonado por Madeleine (Léa Seydoux: “007 Contra Spectre”, “Azul é a Cor Mais Quente”) e que –pasme!– não seduz nem é seduzido por Paloma (Ana de Armas: “O Recepcionista”, “Sergio”, “Entre Facas e Segredos”), a bela agente da equipe no Caribe, o diretor e roteirista Cary Joji Fukunaga (“Beasts of No Nation”, “Jane Eyre”) explora cenários de tirar o fôlego.

Como amplamente divulgado, essa é a despedida de Daniel Craig (que interpreta 007 desde 2006: “Casino Royale”, “Quantum of Solace”, “Operação Skyfall”, “007 Contra Spectre” e é o protagonista da trilogia “Millenium”) no papel de James Bond, mostrando seus dotes físicos e uma ótima atuação –dê-se, aqui, um percentual dos devidos créditos ao dublê Mark Higgins e ao veículo Aston Martin Valhalla (que não vamos encontrar à venda com todos aqueles inimagináveis acessórios).

O elenco ainda traz Rami Malek (protagonista de “Bohemian Rhapsody”), Ralph Fiennes (“O Paciente Inglês”, “A Escavação”), Ben Wishaw (Séries “The Hour”, “O Espião Inglês”), dentre grandes atores.

“007 Sem Tempo Para Morrer” está em exibição 2D e 3D nos cinemas dos respectivos shoppings: Cinemark Colinas e Centervale, Kinoplex Vale Sul e Cinépolis Jardim Oriente, seguindo todos os protocolos de segurança contra a covid, com exigência do uso de máscara em tempo integral, mantendo distanciamento físico e entre as poltronas. Espero que, como eu, você dê preferência à versão legendada!

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DE PERNAS PRO AR

O ponto inicial deste comentário tem como foco a atriz Ingrid Guimarães. Aos 50 anos de idade, ela acaba de dar uma guinada profissional: de comediante de sucesso (seus filmes estão entre as maiores bilheterias do cinema nacional), pediu demissão da Globo e encarou o grande desafio de ser showrunner da Amazon Prime Video. O cargo, ainda não muito conhecido em terras brasileiras, acumula funções como administrar a criação, a produção, o roteiro e a escolha de direção e elenco de um programa –filme, série etc.–, sendo igualmente responsável pelo seu sucesso.

Voltando ao filme, “De Pernas Pro Ar” é uma comédia lançada em 2010, continuada em 2012 e –aparentemente– finalizada em 2018. Alice (Ingrid Guimarães: “Loucas Pra Casar”, “Um Namorado Para Minha Mulher”) é uma workaholic de 30 anos, casada com João (Bruno Garcia: filme “Divaldo – o Mensageiro da Paz” e série “Sob Pressão”) e mãe de Paulinho. Hiperativa e dispersa pela exaustão, tentando equilibrar a rotina profissional e a dedicação à família, Alice perde o emprego e seu casamento termina, tudo no mesmo dia.

Desconsolada, ela se aproxima de Marcela (Maria Paula: “Casseta e Planeta”), uma vizinha arrojada, que lhe mostra diferentes perspectivas de trabalho. As duas se tornam sócias de uma sex shop e Alice (re)descobre o prazer com brinquedos sexuais. Há cenas engraçadíssimas, numa comédia que não perde o vigor nas duas edições seguintes –em grande parte pela excelente atuação de Ingrid. “De Pernas Pro Ar 2” e “De Pernas Pro Ar 3” mantêm o elenco e dão continuidade à vida pessoal e profissional das personagens, mostrando a expansão e a internacionalização da empresa.

Programa para pipoca com muita gargalhada –e, acredite, sem vulgaridades! Disponível na Netflix e GloboPlay.

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> Séries

THE NIGHT MANAGER

Mais uma abertura magnífica (efeitos especiais de objetos que se transformam no compasso da música arrebatadora) de uma excelente série britânica. Desde o seu lançamento (2016), “The Night Manager” (O Gerente Noturno) já recebeu prêmios como Globo de Ouro, British Academy Television, Emmy, Satellite e Empire Award for Best TV Series.

Jonathan Pine (Tom Hiddlestone: “Os Vingadores”, “Thor”), aparentemente, é apenas um gerente do turno da noite de um hotel de luxo na capital do Egito. No capítulo inicial, as coisas começam a mudar quando ele é procurado por uma hóspede e recebe, sigilosamente, documentos que incriminam Richard Roper (Hugh Laurie: protagonista da longa e famosa série “Doctor House”), um empresário inglês, riquíssimo, que oferece à mídia a imagem de filantropo.

Em poucos dias, aquela hóspede aparece morta e Jonathan leva o fato e os documentos ao conhecimento de Angela Burr (Olivia Colman: premiada atriz das séries “The Crown”, “The Broadchurch” e filmes “Meu Pai”, “A Favorita”), uma estoica, honesta e determinada chefe de espionagem britânica. Grávida, ela trabalha num ambiente eminentemente masculino e convida Jonathan a trabalhar disfarçado como parte de um plano para desmascarar e capturar Roper.

Susanne Bier, vencedora do Oscar pelo filme “Num Mundo Melhor”, é a diretora de “O Gerente Noturno”, uma adaptação do best-seller de John le Carré (1993). O espectador viaja por paisagens magníficas no Cairo, Londres, Madrid, Palma de Mallorca, dentre outras estonteantes localidades. Do início à cena final, cada episódio guarda uma surpresa com gosto de “quero mais”. Disponível no streaming Amazon Prime Video.

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SEINFELD

Confesso: não é qualquer comédia que me faz rir; pastelão e “besteirol”, por exemplo, funcionam como repelentes! Aprecio o humor inteligente, com um quê de sutileza e frases bem construídas. A série “Seinfeld” tem esse mix, associado às boas atuações do elenco, talvez por isso mantenha um público fiel desde a sua estreia, em 1989.

Criada por Larry David (Série “Segura a Onda”; filmes “Tudo Pode Dar Certo”, “Apagar Histórico”) e Jerry Seinfeld, este interpreta uma versão fictícia de si mesmo: um comediante de stand-up que tenta ganhar a vida na Nova York dos anos 90. Ele mora num pequeno apartamento, habitualmente frequentado pelos amigos George (Jason Alexander: filmes “O Amor é Cego”, “Uma Linda Mulher”; série “Harley Quinn”), Elaine (Julia Louis-Dreyfus: séries “Veep”, “The Old Christina”; filme “À Procura do Amor”) e Kramer (Michael Richards: série “Kirstie”; filme “Advogado Por Engano”).

O humor da série está na riqueza dos diálogos e na capacidade cômica dos atores, com episódios curtos que sempre iniciam com Seinfeld no palco do stand-up e giram em torno do cotidiano dos personagens. Experimente o primeiro dos 180 episódios (dos nove anos em que a série foi exibida)! Disponível na Netflix.

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https://www.youtube.com/watch?v=D-DV4SaGW9Y

 

> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), atua como redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há nove anos na Vila Ema.