Christian Bale engordou 20 Kg e cuidou dos mínimos detalhes para encarnar o personagem com perfeição. Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Pensou que eu estivesse me referindo a Geraldo Alckmin e seu diferencial de articulador durante a campanha presidencial brasileira e nesta fase de transição? Poderia ser, mas aqui me refiro ao filme “Vice”: inteligente, criativo, excelentes atuações e baseado em fatos reais, são alguns dos bons motivos para assisti-lo.

Disponível no streaming Amazon Prime Video, o filme foi lançado em 2018 e seu referencial é uma biografia do frio, obstinado e atroz republicano Dick Cheney (Christian Bale: “Trapaça”, “Flores do Oriente”, “A Grande Aposta”), convidado pelo então candidato à presidência dos EUA, George W. Bush (Sam Rockwell [muito bem caracterizado no papel]: “Três Anúncios Para um Crime”, “Estão Todos Bem”, “À Espera de um Milagre”) para ser seu vice, cargo em que ambos permaneceram até o fim do mandato, em 2009.

Vale destacar que, para viver o personagem, o ator engordou 20 kg e sua caracterização passa por detalhes sutis de Cheney, como a postura, tom seco da fala, trejeitos e até a falta de expressividade. Interessante observar o papel do narrador do filme, Kurt (Jesse Lon Plemons: “Ataque dos Cães”, “A noite do Jogo”, “Fargo”), que apenas nos últimos minutos é desvendado pelo telespectador.

Outros bons personagens: a esposa de Dick Cheney, Lynne (Amy Adams: “A Chegada”, “Trapaça”, “A Mulher na Janela”) –que transforma o marido alcoólatra desordeiro e irresponsável num homem de grande poder–, e Donald Rumsfeld (Steve Carell: “A Grande Aposta”, “O Virgem de 40 Anos”), ex-secretário de Defesa norte-americano e quem introduziu Cheney nos labirintos da Casa Branca.

Sob a direção de Adam McKey, que já nos presenteou com “Não Olhe Para Cima”, “A Grande Aposta”, “O Ditador”, o filme é classificado como comédia sarcástica, mas a minha leitura dos 132 minutos de “Vice” é de uma lição de História, que escancara os porões do governo estadunidense e mostra os bastidores da Guerra do Iraque, lançada imediatamente após os ataques terroristas de 11 de Setembro. Assista com a família!

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Série

Jornalista desvenda caso de corrupção no governo (calma, no governo japonês). Foto / Divulgação

‘A Jornalista’

Um escândalo de corrupção no governo federal é o mote da série japonesa “A Jornalista” (Título original: “Shinbun Kisha”), adaptada do filme homônimo lançado em 2019. Como não poderia deixar de ser, há funcionários públicos ingênuos, o peso na consciência de alguns envolvidos e muita correria para destruir provas.

A destemida repórter Touto, Anna Matsuda (Ryoko Yonekura: “Trem-bala”. Série japonesa: “Black Leather Notebook”), é designada para investigar um escândalo envolvendo o Instituto Eishin. Os fatos estão diretamente ligados à corrupção no Ministério da Fazenda, envolvendo a esposa do primeiro-ministro do Japão (nação conhecida pelo valor à moral e à honra, cuja vergonha muitas vezes levou seus corruptos a cometerem suicídio) e importantes funcionários do governo.

Intrigante, com um bom ritmo e fotografia. Uma série de qualidade, por ora com apenas uma temporada de seis episódios.

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> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há 10 anos na Vila Ema.

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