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Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Múltiplos fatores contribuem para a privilegiada posição de São José dos Campos no ranking das melhores cidades do Brasil para se viver.

Um deles é a topografia, que favorece o bom nível das condições de vida com a oferta de pistas e locais adequados para uma boa e necessária caminhada. Nos limites do SuperBairro podemos destacar os parques Santos Dumont e Vicentina Aranha, bastante concorridos por adeptos dessa modalidade aeróbica.

Nas adjacências do Sesi, onde moro, na zona Sul, a comunidade tem boas opções para esse exercício de pequeno custo e grande ganho para a saúde. Não caminha quem não quer, ou não pode.

A área verde entre as avenidas Andrômeda e Ouro Fino, no Bosque dos Eucaliptos, é a mais tradicional. Com boa pista, o lugar é aprazível e sossegado. Além disso, dispõe de arborização com predominância de eucaliptos, garantia de odor e frescor característicos, principalmente nos dias quentes.

A pista que margeia a avenida Cidade Jardim, entre a praça das Bandeiras e o começo da Iguape, em frente ao condomínio Quinta das Flores, é mais nova. Tem charme especial e é frequentada por público diversificado, inclusive à noite.

Já nos fundos do 3° Batalhão da PM, a área verde tem pista adequada, mas arborização rarefeita. O lugar sempre apresenta algum sinal de abandono, inclusive pela vizinha de farda. Moro a poucos metros do local, que desdenho no meu caminhar.

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Houve um tempo em que caminhava cedinho. Não tinha preguiça! Incrível, como me animava acordar com as galinhas, vestir-me de acordo, e sair. O sereno, a brisa, o crepúsculo e os primeiros raios de sol eram dádivas de Deus.

Tinha dia que, à tardinha, estava na rua de novo, de short, camiseta e tênis. Quando percebia que me arrumava para um repeteco, minha mulher me chamava de rueiro, dizia que eu tinha rodinha nos pés, essas coisas, que, no fundo, não eram queixas, mas uma forma de dizer, brincando, que aquilo era exagero.

Caminho até hoje, mas sem igual ímpeto. Antes de pôr os pés na rua, desenho o trajeto na cachola, com o cuidado de evitar percalços como aclives, calçada com desnível ou esburacada. Vez ou outra detenho-me num dos locais acima descritos, mas prefiro a rua, onde tem mais vida e a cada dia sou apresentado a um detalhe pitoresco.

Na rua sempre encontro algum conhecido, com quem, mesmo às pressas, troco meia dúzia de palavras para ficar sabendo ou fazer saber de fulano ou beltrano. Uma interação planejada e sempre surpreendente, pode acreditar!

Agora, que ninguém saiba; especialmente os passarinhos. Nos trajetos que faço, sei onde fica cada pé de amora, pitanga, acerola e até carambola, que vou saboreando pelo caminho. Já estou de butuca num florido pé de pitanga no Jardim Portugal, que até outubro estará carregado de tenras e doces frutinhas. Mas, não se preocupe! Prometo dividi-las com os bicudinhos.

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Seja na rua, em parques com pistas apropriadas, ou no frio (em todos os sentidos) de uma esteira em casa, o importante é acarinhar a saúde do corpo e da mente com minutos diários de caminhada. Mas com orientação médica e sempre obedecendo o seu limite.

Assim você ganha em qualidade de vida e saúde, que é o que interessa, como dizia o personagem Paulo Cintura, da Escolinha do Professor Raimundo. O resto pode esperar, sobretudo em tempos de pandemia.

 

> Carlos José Bueno é jornalista profissional (MTb nº 12.537). Aposentado e no ócio, brinca. Com os netos e as palavras.