O Brasil é o segundo país mais desigual do mundo. Foto / CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Brasil está entre os três países da América Latina com maior concentração de renda nas mãos de uma minoria

 

ANA LÍGIA DAL BELLO

Brasil, Chile e México são os três países com maiores níveis de concentração de renda na ALC (América Latina e Caribe), segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

Quase 60% da riqueza do país está limitada aos 10% mais ricos, segundo os cálculos do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) apresentados no relatório divulgado no último dia 22. Isto faz do Brasil o segundo país mais desigual do mundo, atrás apenas do Catar, no Oriente Médio.

Se de um lado da balança os países latino-americanos ficaram mais pobres e problemáticos, do outro, o número de bilionários aumentou 40% durante a pandemia, segundo dados da revista Forbes. Com isso, as disparidades nos países em desenvolvimento ficaram ainda maiores. Entre esses bilionários estão os brasileiros, que se apoderam de 75% do dinheiro do bloco latino.

Ricos x pobres

A desigualdade social inclui a disparidade de salários entre homens e mulheres, baixo acesso aos serviços públicos, violência, entre outros. Com a pandemia de covid-19, essas diferenças negativas foram acentuadas, como a violência doméstica e os baixos níveis de educação.

No caso da educação, o ensino remoto ficou marcado pela dificuldade que já existia de acesso dos mais pobres a ferramentas tecnológicas e acadêmicas e pela falta de apoio dos tutores.

Quanto maior a disparidade entre pobres e ricos, maiores também são os níveis de violência, seja física, criminal, psicológica ou sexual, já que isto afeta o crescimento econômico e o capital humano.

Segundo especialistas, as possíveis soluções para esses problemas são de longo prazo e precisam ser contínuas. Incluem mudanças como revisar as regulações do mercado para acabar com as que favorecem interesses privados, em vez do bem comum, aplicar medidas antimonopólio e prover sistemas universais de proteção social.