Por orientação da psicóloga, a mãe a inscreveu num curso de pintura no Tênis Clube e, sem que soubessem, a sorte estava lançada. A terapia não só surtiu o efeito psicológico desejado como acabou por influenciar de forma decisiva a sua vida. A garota Paula se apaixonou pelas tintas.
Formou-se bacharel em artes visuais pela Faap (Fundação Armando Alvares Penteado, São Paulo) e mais tarde licenciatura pela Faculdade Santa Marcelina. A faculdade ampliou seus horizontes. O ambiente acadêmico ofereceu estreito contato com teorias, artistas, técnicas e experiências, um verdadeiro mergulho no mundo das artes.
Paula aponta duas experiências na Europa como importantes contribuições na estética de seus trabalhos. A primeira foi uma residência de dois meses na Zaratan – Arte Contemporânea, em Lisboa, e a outra, de seis meses, na Cité Internacionale des Arts, em Paris.
São Paulo tem sido, desde o início da faculdade, seu endereço permanente. Mas persiste o hábito de se apresentar como uma artista de São José dos Campos, cidade natal e raiz de seu caráter estético. Com saudade e brilho nos olhos se lembra da casa de sua avó, na região central da cidade, que estava sempre no caminho de seus destinos rotineiros, dos fins de semana em família, da rica arquitetura, da decoração cuidadosa, dos quadros e de objetos de arte que adornavam aquele porto seguro encantador.
A casa da vó era um mundo à parte, repleto de fantasia. Paula confessa ter levado essa menina para pintar no seu ateliê em Perdizes. Atualmente trabalha um projeto que retrata uma família imaginária e os quadros que adornam o lar dessa família, cuja inspiração não é outro senão o ambiente aconchegante da casa fantástica dos avós na João Guilhermino.
Seus trabalhos podem ser encontrados na Projeto Vênus, em São Paulo.
> Mário Lúcio Sapucahy é repórter fotográfico e Doutor em Geografia, e não está habilitado a tecer uma crítica imparcial dos trabalhos de Paula Scavazzini.