Polícia Federal também vai apurar os crimes federais praticados em decorrência do ato de protesto
DA AGÊNCIA BRASIL*
Horas após manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) promoverem atos de vandalismo na região central de Brasília, incendiando ônibus e carros particulares, a Polícia Civil segue tentando identificar os envolvidos para responsabilizá-los.
“Esses atos, praticados por grupos isolados, estão sendo apurados pela Polícia Civil do Distrito Federal, e os participantes, uma vez identificados, serão responsabilizados. A PF [Polícia Federal], por sua vez, deverá apurar os crimes relacionados aos atos que atentem contra a instituição e crimes de natureza federal”, informou a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal em nota divulgada no fim da manhã desta terça-feira (13).
Ao menos oito veículos, incluindo cinco ônibus, foram incendiados durante a confusão que teve início na segunda-feira (12) à noite, depois que um grupo de pessoas tentou invadir a sede da Polícia Federal em protesto contra a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Acácio foi detido na segunda à tarde.
Ex-candidato à prefeitura de Campinápolis (MT), ele se apresenta como uma das lideranças da Terra Indígena Parabubure e, em vídeos compartilhados nas redes sociais, questiona o processo eleitoral e a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pedido da PGR, Moraes determinou a detenção de Acácio por suspeita de crime de ameaça, perseguição e ataques ao Estado democrático de Direito.
Apesar do forte aparato policial mobilizado para conter os atos de vandalismo, ninguém foi preso em flagrante porque, segundo a Secretaria de Segurança Pública, a ação da Polícia Militar se concentrou na dispersão das pessoas a fim de “reduzir danos e evitar uma escalada ainda maior dos ânimos”.
Ainda de acordo com a secretaria, o policiamento segue reforçado na área central de Brasília, sobretudo nas imediações do hotel em que o presidente eleito está hospedado. A região é controlada por meio de câmeras de videomonitoramento.
Preventivamente, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios foi limitado com o fechamento de vias a partir das alças do Eixo Monumental e da Rodoviária do Plano Piloto.
Segurança antes da posse
Também nesta terça, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu ao governo do Distrito Federal que “redobre” os cuidados com a segurança pública. O pedido foi feito via Twitter em função do que a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal classificou como “atos de vandalismo” registrados na segunda-feira à noite na região central de Brasília.
“As manifestações fazem parte da democracia. A capital federal recebeu cidadãos de todo o Brasil que, há mais de um mês, vêm se expressando de maneira ordeira. Repudio veementemente a desordem, a violência e o risco à integridade física ou de patrimônio público e privado”, escreveu Lira, referindo-se ao tumulto da véspera e acrescentando que a tradição democrática brasileira “passa pela ordem e paz”.
*Com edição do SuperBairro.