Força Nacional, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal participarão juntas da segurança da cerimônia deste domingo em Brasília
DA AGÊNCIA BRASIL* E DA REDAÇÃO
O esquema de segurança montado para a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), no próximo domingo (1º), será marcado pelo rigor e pela participação das várias forças de segurança integradas na operação. O GSI (Gabinete de Segurança Institucional), órgão do governo federal que seria o responsável pelo comando da segurança na posse, foi trocado pela Polícia Federal. Veja o que está definido.
Mais de mil policiais da PF
A segurança contará com mais de mil policiais federais. Segundo a PF (Polícia Federal), eles vão atuar nas áreas de inteligência e proteção de autoridades e estarão ligados ao Centro Integrado de Operações, da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
A PF informou em comunicado que acompanha “as movimentações e eventos adversos desde o fim do segundo turno das eleições, coletando dados e agindo de maneira integrada com as demais forças de segurança”. Ainda segundo o texto, “diversos relatórios estão sendo produzidos, servindo de assessoramento aos dirigentes, a fim de proporcionar a tomada de decisões para a manutenção da ordem pública”.
Força Nacional na posse
A portaria nº 259, de 27 de dezembro, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), autorizou a participação da Força Nacional na posse do presidente eleito. Os militares atuarão, no período de 27 de dezembro a 2 de janeiro, nas atividades de escoltas e em apoio à Polícia Rodoviária Federal (PRF). A portaria diz ainda que o contingente de militares a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pela diretoria da Força.
Restrição a porte de arma
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a restrição temporária do porte de armas de fogo no território do Distrito Federal a partir das 18h desta quarta-feira (28) e até o próximo dia 2 de janeiro. A decisão pesa sobre “todas as espécies de porte de armas, bem como do transporte de armas e munições por colecionadores, atiradores e caçadores”, definiu Moraes. Quem desrespeitar a ordem deverá ser preso em flagrante por porte ilegal de armas.
O ministro atendeu a pedido formulado pela Polícia Federal, que apontou a necessidade de garantir a ordem pública após atos extremistas praticados por pessoas que não aceitam o resultado da eleição presidencial. A PF descreveu no pedido o ataque à sede da própria instituição, após a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, no início do mês, e também a tentativa de atentado a bomba, em 24 de dezembro, revelada com a prisão do suspeito George Washington de Oliveira Sousa.
A suspensão temporária do porte de armas não se aplica aos membros das Forças Armadas, aos integrantes do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), aos membros das polícias Legislativa e Judicial e às empresas de segurança privada e de transporte de valores.
GSI perde espaço
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, caberia ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional) atuar na organização dos eventos da posse de Lula, mas a tarefa ficou sob responsabilidade da Polícia Federal. Após a posse, de forma inédita nos últimos anos, a PF continuará responsável pela proteção de Lula até uma reestruturação definitiva do setor.
Porém, o governo eleito já decidiu que a segurança pessoal do presidente da República não ficará mais sob cuidados do GSI. A avaliação é de que a pasta foi aparelhada por aliados de Jair Bolsonaro (PL) e que isto impõe riscos à segurança do petista.
A proposta consta no relatório do grupo de inteligência da equipe de transição, que também sugeriu a retirada da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) do GSI, o que deverá ser definido em um segundo momento, após o início do novo governo.
*Com edição do SuperBairro.