Autor da ação é adolescente de 13 anos, que foi apreendido; coincidentemente, governo estadual anunciou no mesmo dia novas medidas para reforçar segurança nas escolas
DA REDAÇÃO*
A professora Elizabeth Tenreiro, 71 anos, morreu após ser esfaqueada na manhã desta segunda-feira (27), na Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro Vila Sônia, em São Paulo. Um adolescente de 13 anos, responsável pelo ataque, foi apreendido. Elizabeth foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Outros três professores e dois estudantes ficaram feridos no ataque.
As polícias civil e militar atenderam a ocorrência. O secretário da Educação, Renato Feder, e o da Segurança, Guilherme Derrite, também estiveram no local. Feder anunciou que as aulas na Thomazia Montoro serão suspensas por uma semana. O período será compensado com uma semana do recesso de julho para não atrapalhar o calendário escolar. Também será prestado apoio psicológico aos professores, funcionários e alunos.
Agressor imobilizado
Segundo o secretário de Segurança, o jovem foi contido pela professora de educação física Cinthia da Silva Barbosa. Uma viatura da Ronda Escolar chegou em três minutos ao local. O governo estadual informou que os feridos foram encaminhados aos hospitais das Clínicas, Bandeirantes, Universitário e São Luís.
Os primeiros relatos apontam para uma discussão na semana passada entre o adolescente responsável pelos ataques e outro estudante. No episódio, o agressor teria proferido ofensas racistas e, desde então, passou a falar que faria um massacre na escola.
Luto oficial
O governo de São Paulo decretou luto oficial de três dias pela morte da professora. “Não tenho palavras para expressar a minha tristeza com a notícia do ataque a alunos e professores da Escola Estadual Thomazia Montoro”, declarou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A professora era funcionária aposentada do Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria da Saúde, contribuindo com a instituição ao longo de quatro décadas de trabalho na área de planejamento e desenvolvimento de atividades. Desde 2013, atuava como professora na Thomazia Montoro, dando aulas de ciências desde o início deste ano.
Medidas de prevenção
Coincidentemente, o governo estadual lançou nesta segunda-feira uma série de medidas para ampliar o acolhimento psicológico e ações de prevenção à violência no ambiente escolar. O anúncio foi feito pelos secretários de Educação e de Segurança Pública em coletiva à imprensa sobre o ataque a faca na escola Thomazia Montoro.
A primeira iniciativa anunciada é o investimento no Conviva SP (Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar), que existe desde 2019, e será intensificado de forma que 5 mil profissionais fiquem dedicados à aplicação das políticas de prevenção à violência nas unidades. Os novos educadores do programa receberão treinamento para identificar vulnerabilidades em cada unidade, além de colocar em prática ações proativas de segurança.
Atualmente, profissionais de 500 escolas estaduais estão capacitados para implementar as propostas de acolhimento e convívio do Conviva SP. A plataforma do programa –Placon–, utilizada para o registro de ocorrências nas escolas estaduais, será atualizada para que os casos graves sejam facilmente identificados e a equipe central do Conviva possa intervir pontualmente. Além disso, a Secretaria de Educação informou que irá retomar o programa Psicólogos na Educação, que oferece suporte psicológico para orientar as equipes escolares e estudantes.
Segundo Feder, está prevista a contratação de 150 mil horas de atendimento presencial nas escolas. O processo está em cotação de preços e a licitação deve ocorrer nas próximas semanas. Também será prestado apoio psicológico a professores, funcionários e alunos.
Combate a agressores
O secretário Guilherme Derrite, da Segurança, disse que os comandantes de área de todo o estado de São Paulo irão se reunir com diretores escolares para discutir e ampliar estratégias e programas de combate a agressores ativos.
“Por determinação do comandante geral da Polícia Militar, coronel Cássio, todos os capitães, comandantes de todas as companhias do estado de São Paulo, irão procurar os diretores das escolas de suas áreas para discutir e entender como podem potencializar os programas de segurança”, explicou Derrite. Além dessa medida, o governo também estuda contratar policiais da reserva para que fiquem permanentemente nas escolas.
*Com informações do Governo de São Paulo e Agência Brasil; edição do SuperBairro.