A protetora Marilu Godoi recomenda que os donos coloquem identificação nos seus pets. Foto / Arquivo pessoal

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Dois pets continuam desaparecidos na região central sem nenhuma pista segura para seus tutores

 

WAGNER MATHEUS

Dois animais de estimação desapareceram na região central da cidade com diferença de cinco meses um do outro. O que une os dois casos é que, até o momento, não surgiu nenhuma pista de onde os pets Paçoca e Neguinho se encontram.

A falta de informações seguras e a tristeza dos tutores levou o SuperBairro a procurar uma experiente protetora de animais para buscar o que pode ter acontecido nesses casos. Marilu Godoi, com mais de 30 anos dedicados à causa animal, não desvendou o mistério, mas aconselhou aos donos de animais domésticos os identificarem para facilitar a localização em caso de desaparecimento.

Neguinho em foto com outros pets da casa da dentista Milene: desaparecido há 11 dias. Foto / Arquivo de família

Neguinho

No dia 31 de julho, o gato Neguinho, de aproximadamente 5 anos de idade, desapareceu de uma casa da travessa Jamil David, próximo da rua Jorge Barbosa Moreira, na Vila Ema.

A dentista Milene Munhoz, sua tutora, iniciou as buscas pelo seu paradeiro, mas até o momento não obteve nenhuma informação segura. “Já recebi mais de 20 contatos de pessoas dizendo que encontraram um gato preto que poderia ser o Neguinho, fui a todos os locais indicados, mas não era ele”, lamenta Milene.

Entre os locais apontados estavam o Arco da Inovação, o hipermercado Extra, uma rua no Jardim Maringá e até um local na Vila Industrial, já na região leste da cidade. “Em todos os lugares havia gatos de cor preta, entre adultos e filhotes, mas não encontrei o meu”, completa a dentista.

Além de publicar um apelo nas redes sociais e da cobertura do SuperBairro, foi contratado um serviço de som para percorrer as ruas das imediações de onde Neguinho sumiu. Nessa terça-feira (10) completou-se o período de 11 dias do desaparecimento.

A travessa de onde o gato sumiu tem pelo menos três câmeras de vigilância particulares. As imagens do dia 31 foram recuperadas e Neguinho foi visto em cima do telhado por volta das 14h30 do sábado (31). Foi a sua última aparição.

“Ainda tenho esperança de encontrar o meu gato, estou triste, choro muito, mas estou empenhada em procurar por ele”, garante a tutora Milene, que se diz agradecida pela vontade das pessoas em prestar ajuda por meio de ligações e mensagens de WhatsApp no celular 12 99125-5145.  A dentista está oferecendo recompensa pela localização do seu pet.

Paçoca escapou de uma clínica veterinária e está sumido há cinco meses e meio. Foto / Arquivo de família

Paçoca

Se Neguinho está sumido há 11 dias, o que dizer do cãozinho vira-latas Paçoca, do qual não se tem notícia desde a noite do dia 20 de fevereiro quando ele escapou de uma clínica veterinária na região da Vila Adyana?

São quase seis meses de desaparecimento, mas o administrador de empresas Jonathas Rizzi, morador no distrito de Eugênio de Melo (região leste), continua à espera de alguma pista.

Paçoca ficou internado no Anima Hospital Veterinário, mas logo na primeira noite escapou quando uma funcionária saiu com ele para que urinasse na rua.

O dono do animal recorreu às redes sociais, prometeu recompensa de R$ 5 mil por ele, teve centenas de compartilhamentos do desaparecimento nas redes sociais, mas sem nenhum resultado.

Na última segunda-feira (9), o tutor Jonathas fez um balanço desses cinco meses e meio de buscas. “Recebemos mais de 300 contatos de pessoas que disseram ter visto um cão parecido com o Paçoca, cheguei a atender ligação às três horas da manhã, e nada”, lamenta.

“Sei que a esperança é a última que morre, mas a cada dia que passa a localização do Paçoca fica mais difícil” reconhece o dono do pet. “Se estiver vivo, ele deve estar com alguém que passou a cuidar dele”, imagina.

Além da solidariedade de muitas pessoas, Jonathas também conheceu a maldade de algumas pessoas. “Atendi gente passando informação falsa só para tentar receber a recompensa”, revela. “Chegaram a me pedir transferência pelo ‘pix’ antes de dar a informação, mas era um golpista.”

Paçoca é descrito como de porte médio, magro e alto, pelo dourado, com focinho e olhos pretos. Tem uma região tosada no braço. Também é definido como medroso, mas dócil. Informações devem ser enviadas pelo telefone 12 98118-5931.

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Identificação

Protetora de animais experiente, Marilu Godoi, que tem um instituto com seu nome em São José dos Campos para cuidar de cães e gatos, analisou para o SuperBairro o problema do sumiço de pets sem deixar pistas.

“Todos os dias acontecem desaparecimentos de animais domésticos, isso é mais comum do que se pensa, mas quando o tutor coloca uma placa de identificação na coleira do seu animal aumenta muito a chance de que ele seja localizado”, diz Marilu. Segundo ela, infelizmente poucas pessoas têm esse hábito.

Marilu também cita a chipagem como um recurso recomendável. “Nesse caso, todos os dados do animal estarão armazenados no chip, cuja leitura pode ser feita em algumas clínicas que possuem a leitora ou no CCZ [Centro de Controle de Zoonoses]”.

Sobre os casos de Neguinho e Paçoca, a protetora disse que as informações sobre os dois animais explicam o desaparecimento. “O Paçoca foi descrito como um animal medroso, arredio, enquanto os gatos também têm essa característica de evitar o contato com pessoas estranhas. Animais assim, quando escapam, tendem a procurar locais isolados onde possam se esconder”, analisa.

Marilu também desfaz o mito de que os animais desaparecidos ficam próximos de suas casas. “Estressados e assustados, eles podem percorrer grandes distâncias e até chegar a outras cidades. Alguns podem ser localizados até meses depois, mas outros, infelizmente, nunca mais.”

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