Para você, quase sempre custa nada, zero. Só isto já é uma boa notícia. Mas também não custa nada saber como as notícias chegam até você e quem paga por elas.
Se você tem mais idade, vai saber do que eu estou falando. Se é mais jovem, vou te contar agora. Antigamente, antes de 1950 aqui no Brasil, as notícias chegavam até as pessoas por meio dos jornais impressos, das emissoras de rádio e das revistas ilustradas. A partir daquele ano, começou a era da televisão com a inauguração da TV Tupi.
Os custos para a produção de notícias sempre foram altos. Nos jornais impressos, começam pelos repórteres e repórteres fotográficos, que vão até os locais dos fatos; passam pelos editores que recebem as notícias na redação; pelos diagramadores, que dão um aspecto gráfico ordenado e fácil de ler; e vão avançando por inúmeros setores –arquivo, administração, comercial, circulação etc.– que, somados, irão indicar o tamanho da “conta”.
Isto sem falar nos custos operacionais. Carros, motoristas, combustível, passagens aéreas, hospedagem, diárias. Pode ir somando e, no final, você vai se assustar. “Tudo isso para escreverem algumas notícias?” Tudo isso.
O mesmo vale para as rádios, tevês, revistas e, agora, para as chamadas mídias digitais, que são os portais de notícias, sites, blogs, canais no Youtube e outras plataformas.
E quem vai pagar a conta?
No passado, a conta era bem dividida. Havia os assinantes de jornais e revistas, havia a venda em milhares de bancas, havia até a venda de jornal velho, o chamado “encalhe”, ou seja, o que não havia sido vendido e perdia o interesse dos leitores ia para a sucata.
E havia, é claro, a publicidade. A divulgação de produtos, serviços, ofertas, oportunidades de negócios, enfim, tudo o que precisa chegar até a população, precisa de publicidade.
Percebeu? Quando você é exposto a uma mensagem publicitária está ajudando a pagar a notícia que vai ler, ouvir ou assistir.
E quem gosta de publicidade? Alguns sim, outros não. Mas não dá para negar que ela cumpre uma função social muito importante. Ao apresentar produtos, serviços e ideias aos potenciais compradores, a publicidade faz girar a economia de uma cidade, de uma região, de um país.
E isto tudo faz com que a Imprensa –ou o que todos chamam hoje de “a mídia”– possa continuar produzindo informação útil para a vida das pessoas.
Na era das mídias digitais não é diferente. Tudo é movido pela publicidade. Mesmo assim, os veículos de comunicação de maior porte continuam precisando cobrar pela “assinatura” que dá acesso a todo o conteúdo do site ou portal. Cobram mais se têm menos publicidade, e menos se possuem mais anúncios.
Se não fosse a publicidade, a única fonte de renda das empresas seria a das assinaturas. E aí poucos poderiam pagar pela informação que precisam receber.
Você vai dizer que eu não dou “ponto sem nó”. Talvez. É claro que quero chegar em algum lugar com essa história toda. Quero mostrar que a sua aceitação da publicidade que entra nos veículos de comunicação –dentre eles o SuperBairro– é a melhor forma de apoiar as suas “mídias” preferidas e possibilitar que elas continuem a produzir a informação que você consome, ou a custo zero, ou por um valor de assinatura que você pode pagar.
Penso que no passado havia uma consciência maior sobre a importância da publicidade. A maioria dos anunciantes sabia que fazer sua publicidade era, além de vender mais, uma forma de apoiar os veículos de comunicação da cidade, do bairro ou da comunidade a que eles servem.
Na minha infância, quem se arriscava a comprar um exemplar da edição de domingo do jornal O Estado de S. Paulo, sabia que ia chegar em casa com os braços doendo. Era jornal “pra mais de metro”, 200, 300 páginas divididas em sete, oito, dez cadernos, a cada domingo o número de páginas era uma surpresa. Não era à toa que o jornal era chamado de “Estadão”, como é até hoje.
Aí o marido fazia uma grosseria com a esposa e a ofendida replicava: “Você é mais grosso que Estadão de domingo”.
Toda aquela publicidade ajudou a sustentar um jornal que tem hoje 146 anos de circulação ininterrupta. O mesmo acontece com a Folha de S. Paulo, que acabou de comemorar 100 anos de vida. E vale também para emissoras de TV, rádio, TV fechada etc.
Fica o convite.
Para o leitor/espectador/internauta, ou seja, o consumidor de informação: habitue-se a avaliar as ofertas da publicidade que você recebe junto com as notícias que consome. Ela garante a independência da sua “mídia” e a continuidade da produção de conteúdo importante para o seu dia a dia.
Para o empresário, profissional liberal, industrial, comerciante etc.: participe dos veículos de comunicação que estão próximos da sua empresa ou atividade. Além de ajudar a vender seu produto ou serviço, esses veículos ajudam a produzir riqueza para o seu bairro, a sua cidade, o seu país.
É assim que funciona desde que o mundo é mundo. Não vamos deixar esta engrenagem parar de girar.
> Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. É editor do SuperBairro. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.