Carrapato-estrela: transmissor da bactéria causadora da febre maculosa. Foto / Prefeitura de Jundiaí/Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Doença já matou quatro pessoas em Campinas; veja como ela é transmitida, os sintomas e os cuidados para não ser infectado

 

DA REDAÇÃO*

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por bactéria do gênero Rickettsia e transmitida pela picada de carrapato infectado, principalmente pelo carrapato-estrela. Nesta última semana, a doença provocou a morte de quatro pessoas que estiveram em uma fazenda na cidade de Campinas (SP).

Segundo explicou a infectologista Sandra Gomes de Barros, professora do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), em entrevista à TV Brasil, “ela pode se manifestar desde uma forma leve até formas mais graves, provocando hemorragias e o comprometimento de vários órgãos de nosso sistema”.

Dicas

A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, mas por meio da picada do carrapato. Por isso, para preveni-la, o ideal é evitar estar em locais onde haja exposição a esses aracnídeos ou adotar algumas medidas para quando estiver visitando alguma dessas regiões silvestres, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.

Em nota, o Ministério da Saúde indicou que, ao visitar uma dessas regiões de maior risco, a pessoa utilize roupas claras, que ajudam a identificar mais rapidamente o carrapato, que tem cor escura. Também é importante usar calças e blusas com mangas compridas e calçar botas. Se possível, deve-se prender a barra da calça à meia com fita adesiva.

Outra indicação da pasta é que a pessoa utilize repelentes, principalmente os que tenham como princípio ativo DEET, IR3535 e Icaridina. Também é importante evitar carrapatos nos animais de estimação.

O ministério alertou que as pessoas que estejam em área de risco verifiquem se há presença de carrapatos sobre suas roupas ou pele a cada duas ou três horas, removendo-os imediatamente para reduzir o rico de transmissão da doença. Segundo o ministério, é importante atentar inclusive para os micuins –a forma jovem do carrapato–, que são mais difíceis de serem visualizados, mas também podem transmitir a doença.

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Caso encontre carrapatos aderidos ao corpo, é importante que a remoção seja feita com uma pinça, e não com os dedos. Também é importante não encostar objetos aquecidos ou agulhas para retirá-los. “Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido se retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença”, orientou o ministério.

Após o uso, todas as peças de roupas devem ser colocadas em água fervente para a retirada de possíveis carrapatos.

No Brasil

O Brasil registrou 2.059 casos de febre maculosa de janeiro de 2013 a 14 de junho de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Desse total, 1.292 casos foram na região Sudeste. Desde o início deste ano, 53 casos ocorreram em todo o país, dos quais 30 se concentraram no Sudeste.

Arte / Agência Brasil

“As pessoas precisam ter cuidado ao entrar em região de mata, de gramado com gramas altas, fazendas, trilhas ecológicas. Existem regiões em que a doença é sabidamente frequente, como em Campinas, onde a febre maculosa é muito comum, já que tem muitas capivaras. Esses carrapatos gostam de animais de sangue quente”, disse a infectologista e epidemiologista Gerusa Figueiredo, também em entrevista à TV Brasil.

“Para o indivíduo adoecer é necessário que se tenha contato com esse carrapato por um período mais prolongado, de quatro a dez horas, para que possa ocorrer a transmissão da bactéria pela picada do carrapato”, acrescentou Sandra.

O período de maior transmissão da doença é entre os meses de junho e novembro.

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Sintomas

Os sintomas da doença estão relacionados frequentemente a febre, dor pelo corpo, dor de cabeça e manchas avermelhadas, quadro muito parecido com os sintomas de dengue e de leptospirose. “É uma doença que tem sintomas inespecíficos, que podem confundir com outras doenças. O que vai fazer o diferencial é o indivíduo informar que esteve em uma área silvestre onde tinha a presença do carrapato”, concluiu Sandra.

A procura pelo serviço médico deve ocorrer rapidamente, assim que surgirem os primeiros sintomas, que costumam aparecer entre dois e 14 dias após a picada pelo carrapato infectado.

 

*Com informações da Agência Brasil.

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