Os progressos que o mundo está conseguindo no combate ao novo coronavírus –que de novo, a essa altura, só tem o nome– são bastante animadores. Parece que a Humanidade vai vencer esta guerra, mesmo depois de perder inúmeras batalhas ao longo dos últimos 21 meses, com mais de 4,5 milhões de vidas abatidas pela infecção e suas complicações, sendo mais de 594 mil vidas brasileiras.
Mas como eu disse, as notícias do dia a dia sobre a pandemia têm sido animadoras. Vejamos:
– A vacinação prossegue, agora em ritmo acelerado nos principais países, embora pudesse ter sido muito mais rápida, especialmente no Brasil. E à medida que a vacinação avança, como deve saber qualquer ser humano que tenha o “tico-e-teco” funcionando razoavelmente, o número de casos, internações e mortes também diminui.
Veja aqui os números do “Google Notícias” atualizados no Brasil e no mundo.
– Já temos dois medicamentos aprovados para combater os efeitos da covid-19 e um terceiro está a caminho. Espera-se que dentro de pouco tempo tenhamos um protocolo (definição sobre como tratar a covid) definitivo e cada vez mais medicamentos eficazes para, aí sim, podermos chamar a covid de uma espécie de “gripezinha”.
– Outra boa notícia é que os laboratórios Merck, Pfizer e quatro outros estão desenvolvendo pílulas antivirais experimentais contra a covid-19. O objetivo é encontrar drogas que, tomadas por via oral, de preferência em dose única, consigam interromper a capacidade do coronavírus de fazer cópias dele mesmo.
Veja aqui um texto da “CNN Brasil” abordando este assunto.
A partir dessas notícias, realmente animadoras, estamos começando a sair de nossas tocas, onde nos enfiamos desde março de 2020, para finalmente voltar à superfície. É claro que estou me referindo a quem está levando a pandemia a sério. Tem gente que nem liga para essas coisas. Mas, voltando às pessoas que valorizam as suas vidas e as vidas dos outros, tenho notado uma certa indecisão sobre o que já pode ser feito e o que ainda não pode.
Parece que a gente está acometida de uma espécie –em sentido figurado, é claro – de estresse pós-traumático que nos faz ter medo de quase tudo. Máscaras só nas ruas? Como fazer nos restaurantes e bares? E agora, com a volta do público nos eventos esportivos e shows? E na família, já pode tudo? Complicado…
No sábado passado, participei de uma maravilhosa feijoada que serviu como bota-fora de um amigo russo que, depois de passar alguns anos na cidade, vai voltar para o seu país. Éramos cerca de 15 pessoas, sendo eu, aos 63 anos, um dos mais novos. Confesso que fiquei meio apreensivo o tempo todo. Fico com máscara? Só cumprimento com o agora clássico “soquinho” de punhos? Me afasto de quem chegar perto? Quantas dúvidas…
E olhem que todos ali já tomaram duas doses de vacina, isto se alguns não tomaram a terceira. Ou seja, senti que a maioria estava relaxada e curtiu muito o retorno às amizades presenciais.
Também tentei fazer o mesmo. E estava dando tudo certo até o domingo à tarde, quando comecei a ter sintomas de resfriado. Até agora, quando escrevo esta crônica, a dor de cabeça, a coriza e uma leve sensação de dor no corpo ainda estão presentes, embora bem reduzidas em relação ao início dos sintomas. Impossível não pensar bobagens.
Vou terminar este texto deixando um alerta para todos os que querem se proteger ao máximo contra a covid. Se você fizer uma pesquisa no “Google” irá encontrar dezenas de textos recomendando a manutenção dos cuidados básicos para não passar nem receber o vírus mesmo após receber duas doses de vacina: deve-se manter o uso de máscara, o distanciamento social e a higienização constante das mãos até que se atinja a tal da imunidade de rebanho no país.
Moral da história: vamos confiar na vacina, mas ainda desconfiando…
> Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. É editor do SuperBairro. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.