Cine Paratodos visto da Praça Cônego Lima. Foto / Pinterest/Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Quanta lembrança de São José dos Campos nas décadas de 1960-70! Volto a lembrar, agora ajudado por amigos, depois da primeira crônica. É muita gente para uma cidade que então queria deixar de ser pequena.

Não falei dos jornais e revistas, como a banca do Vincenzo Sciamarella, primeiro na Rua XV de Novembro, ao lado da Light, depois na esquina da Rua Sebastião Hummel, ponto de encontro famoso.

Calçados? Procurasse o Carlinhos da Elite, irmão do Veri da Vinac. Móveis? Tinha o Arno Roismann e o Hellmuth Schicker da fina HS, depois a loja Ouro Verde. Louças, a Cerâmica Weiss, de belas peças, hoje raridades. Roupas masculinas, a Capri Magazine do seu Elio Del Chiaro, cujas lojas ainda existem por aí, com o vendedor e alfaiate Sandro, o gerente Betinho, outro irmão do Carlinhos e do Veri, depois o Carlos Berti, recentemente aposentado.

Moda feminina, a Vaidosa, do Juarez e da Sílvia. A Papelaria Excelsior, a Dartec e até o Bingo na Rua Sete de Setembro. Sapataria, além do Dito Branco do Jardim da Preguiça, a Zás-Trás do pai do Renatão e da Maria Eni.

Sorveteria? A Leiteria Flor, do Seu Jacinto e da Dona Clélia Gallo, da Rua Sebastião Hummel, pais do Francisco Gallo, que foi goleiro do São José e depois funcionário municipal. Táxis, havia o conhecido seu Jaime, com seu belo Chevrolet, o simpático Bichinho da Praça da Matriz, o velho João Fonca, José Cardoso, entre outros.

Óculos, você ia à loja do Martins, violonista do conjunto do seu Veloso, além da Visótica do Maurício Peneluppi.

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Tínhamos cinema −não nos shoppings−, a começar do Paratodos, de estiloso prédio, hoje loja popular. Ou o magnífico Cine Palácio, atualmente melancólico estacionamento. Sem falar do demolido Cine da Vila Ema, do comendador Remo Cesaroni, com também seu Observatório Astronômico. E ainda o de Santana.

Armazéns? O seu Ivo tinha na Siqueira Campos, os Friggi também ali perto do Mercadão. Caça e pesca, você ia à Cavec, do Edson Bráulio de Mello, ou na Casa Gaúcha da Rua Humaitá.

Não me esqueço de outras escolas, além do João Cursino: havia o Olavo Bilac, do ilustre professor Everardo Passos, que dava um zero quadrado, cruzando os dedos. Lá, fui aluno do Felipe Cury e do Zeca Purga, aquele que dizia, brincando, “vou pôr ‘kaor’ nas ferraduras e carcar nocêis!”.

Farmácias, o seu Pedrinho, da Rua Siqueira Campos, o Quinho na Vila Maria. Pastel? Além da pastelaria chinesa, havia a japonesa do seu João, da Rua Quinze de Novembro, onde eu gostava de comer o pastel especial, bem recheadinho. Tinha ainda a Tecidos Teci.

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No mercadão, as bancas do Constâncio Pintus, do Tonico e do Lauro Pereira, o André das balas e doces, a do Pedrosa e da dona Aurora, gentil senhora, mãe do ilustre advogado Iwao Kikko, com quem tive a honra de conviver na Procuradoria Judicial da Prefeitura.

Quem não se lembra da loja Mercadante? Antes de a televisão chegar por aqui, as pessoas ficavam assistindo TV pela vitrine da loja, ali ao lado da igreja de São Benedito, maravilhadas.

Aprendi a amar tudo isso, caipira vindo da Capital, me engasgando de tanto comer bolinhos da festa de Santo Antônio, no Asilo.

Eu ainda vou falar dos restaurantes! Vão lembrando, porque “recordar é viver”, como dizem. Da minha parte, vou resgatando o passado, com deleite e gratidão!

 

> José Roberto Fourniol Rebello é formado em direito. Atuou como juiz em comarcas cíveis e criminais em várias comarcas do estado de São Paulo. Nascido em São Paulo, vive em São José dos Campos desde 1964, atualmente no Jardim Esplanada. Participou do movimento cultural nascido no município na década de 60.

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