Fernando Coelho
A cada dia que passa,
tenho consciência de que escrevo
para bem poucos!
Muito poucos!
Somente o magistral Pablo Neruda,
conseguiu declamar para cem mil pessoas
no Pacaembu,
em 1945,
num evento que teve Jorge Amado
como um dos organizadores,
homenageando Luís Carlos Prestes!
Era o poeta,
o povo,
a palavra
e o coração!
Hoje, eu e os demais,
somos frios poetas de computador.
Mas esses poucos, comigo,
lendo o que escrevo,
nos meus versos
e no meu silêncio,
são os que me interessam
e me dão fôlego!
São humanos,
antirracistas,
contra o preconceito,
antimisóginos,
contra ditadores,
contra a humilhação.
Esses, poucos e fortes,
poucos e gentis e solidários,
são o meu escudo suave,
contra os meus medos e pecadilhos!
Lhes sirvo doses de poesia,
a mais singela!
Os outros,
queimem no próprio fogo pessoal,
assim não incendeiam
nem ferem mais ninguém!
A poesia é o meu tempo!
Eterno e fugaz!
Fernando Coelho é jornalista, poeta e escritor. Baiano da cidade de Conceição do Almeida, tem 12 livros publicados, sendo 11 de poemas e “Salvador – Guia de Cheiros, Caminhos e Mistérios”, roteiro da cidade de Salvador, prefaciado por Jorge Amado. Fonte: Linkedin
> Júlio Ottoboni é jornalista (MTb nº 22.118) desde 1985. Tem pós-graduação em jornalismo científico e atuou nos principais jornais e revistas do eixo São Paulo, Rio e Paraná. Nascido em São José dos Campos, estuda a obra e vida do poeta Cassiano Ricardo. É autor do livro “A Flauta Que Me Roubaram” e tem seus textos publicados em mais de uma dezena de livros, inclusive coletâneas internacionais.