O Extra foi o único a permanecer fechado na sexta à tarde na região do SuperBairro; pode reabrir neste sábado. Foto / SuperBairro 
WAGNER MATHEUS
O plano da Prefeitura de São José dos Campos de endurecer as restrições ao funcionamento do comércio e de outras atividades com concentração de pessoas entre quinta-feira (3) e domingo (6) foi bombardeado por duas decisões judiciais contrárias ao decreto municipal.
Nesta sexta-feira (4), na região do SuperBairro, a população tentava obter informações, mas o clima era de incerteza. Os supermercados Extra da avenida Jorge Zarur e Pão de Açúcar do Colinas Shopping, além do Villarreal, da Vila Ema, não abriram as portas na parte da manhã.
À tarde, enquanto o Villarreal e o Pão de Açúcar voltaram a funcionar, o Extra continuou fechado. Estabelecimentos menores, como o Minuto Pão de Açúcar (avenida São João) e o Kitandinha (avenida Adhemar de Barros) também estavam atendendo normalmente no final da tarde.
Na maioria dos estabelecimentos, ainda havia dúvidas nesta sexta-feira sobre o funcionamento no sábado e domingo. Funcionários informavam que a tendência era a de abrir as portas, mas não havia certeza quanto a isso. Um segurança postado na entrada do Extra disse que era provável a reabertura a partir da manhã deste sábado.
No Villarreal
No período da manhã, clientes habituais do Supermercado Villarreal, na avenida Heitor Villa-Lobos, chegavam até a frente do estabelecimento e encontravam as portas fechadas. Um banner explicava que o fechamento obedecia ao decreto da Prefeitura.
Enquanto isso, uma das portas era aberta de vez em quando para a saída de carrinhos com compras pelo serviço de delivery do supermercado.
No período da tarde, tudo mudou e o Villarreal reabriu e passou a ter funcionamento normal. No trajeto para o estacionamento, foram afixadas cópias da decisão judicial que permitiu a volta.
O SuperBairro fez contato com a assessoria de imprensa do Villarreal, porém a resposta foi que “nesse momento, não vamos falar sobre o assunto”.
Reabertura total
O funcionamento de todo o comércio será normal neste sábado e domingo caso não ocorra uma decisão diferente da Justiça. Na sexta-feira, o juiz Alexandre Miura Iura, da Justiça local, de primeira instância, atendeu a um mandado de segurança apresentado pela Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço (Abaas), suspendendo a proibição da Prefeitura de estabelecimentos com mais de 250 m2 de área de loja funcionarem até o próximo domingo.
Antes disso, o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo já havia concedido medida liminar para a Apas (Associação Paulista de Supermercados), que saiu em defesa dos estabelecimentos do município, perdeu inicialmente na apreciação da sua e de mais seis ações contra a medida, mas entrou com recurso e saiu vitoriosa.
A Prefeitura tentou reagir ao ataque feito ao seu primeiro decreto, de 31 de maio, e editou um novo, na noite de quinta-feira (3), reafirmando a decisão do fechamento ao público e ameaçando com multa de R$ 50 mil a quem descumprisse o decreto, além de interdição durante 15 dias. Ao mesmo tempo, abriu a possibilidade de vendas por delivery e drive-thru.
Prefeito critica
Apesar de afirmar que a Prefeitura não tentará derrubar as liminares conseguidas pela Apas e Abaas na Justiça, o prefeito Felicio Ramuth (PSDB) criticou duramente a decisão judicial e também os supermercados e hipermercados, lembrando que em nenhum momento eles foram fechados desde o início da pandemia, em março de 2020, diferentemente de outros setores da economia.
Em vídeo postado no seu perfil pessoal no Facebook [veja a íntegra], Felicio lamentou a reação dos supermercados dizendo que “esse era o momento deles fazerem a sua cota de sacrifício, mas eles resolveram não ficar fechados um minuto sequer”. E foi duro com o juiz Alexandre Iura: “a evolução da doença está na sua conta”.
O prefeito disse ainda que até o momento em que a Justiça interrompeu o cumprimento do decreto municipal, a taxa de isolamento obtida a partir do feriado da quinta-feira estava sendo a maior dos últimos seis meses.
