No último sábado fizemos um show no Teatro Municipal de São José dos Campos (sou baixista do Benoit Decharneux Jazz Quartet), na programação da Fundação Cultural Cassiano Ricardo.
A apresentação foi transmitida online no canal do YouTube da FCCR (está disponível pra quem quiser assistir). Tudo muito bom, som, iluminação, apoio, camarim. Triste é ver as 485 cadeiras do teatro vazias. Triste é terminar de tocar uma música empolgante, com solos bacanas dos meus amigos de palco e… nada. Nem um aplauso. A sensação é muito estranha.
Nestes quase dois anos de pandemia, pesquisei como poderia tocar online com outros músicos e acabei montando até uma banda virtual. Foi –e ainda é– uma ótima opção para não ficar em casa tocando sozinho, sem interagir com outros músicos. Porém, chega um momento que é preciso voltar a ensaiar e se apresentar ao vivo, presencialmente.
Com o avanço da vacinação e o relaxamento de algumas regras, a música ao vivo começa a retornar em alguns bares, restaurantes e casas de show. Isso é um alento para todos, músicos e público. Afinal, ninguém aguenta mais esse confinamento –pelo menos os que seguem rigorosamente os protocolos de distanciamento e outras medidas.
Agora é bola pra frente, ou melhor, mãos nos instrumentos, para voltar a ter contato com o público. Afinal, é chato terminar de tocar e ninguém aplaudir ou pedir bis.
> Henrique Macedo é jornalista (MTb nº 29.028) e músico. Mora há 40 anos na Vila Ema.