Foto / Roberto Jayme/TSE

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Chega ao fim neste sábado (29) uma das mais acirradas campanhas eleitorais das últimas décadas. Não tanto pela maioria dos candidatos e militantes, que até se comportaram bem nas ruas e no horário gratuito dos meios de comunicação. O lado negativo desta campanha vai ficar por conta dos chamados simpatizantes –que não possuem ligação com os partidos, são apenas eleitores– e pelos dois principais destaques desta eleição polarizada e de baixo nível: os candidatos a presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segue um balanço dos fatos marcantes das eleições 2022, que serão decididas neste domingo (30) entre os candidatos que ficaram para disputar o segundo turno.

Bolsonaro x Lula

A tão prevista polarização entre os dois realmente aconteceu, nada nem ninguém conseguiu impedir isso. Como são dois candidatos sobrecarregados por acusações, polêmicas e histórias mal explicadas, o nível da campanha caiu assustadoramente, já que ninguém queria saber de planos de governo. Boa parte dos eleitores preferiu assistir a ofensas pessoais, exageros e invenções. Há quem diga que o presidente a ser escolhido no domingo não terá sido o melhor candidato, mas aquele que conseguiu, por muito pouco, ser menos rejeitado que o adversário.

Redes sociais

As redes sociais já haviam decidido a eleição presidencial de 2018. Naquele ano, enquanto os demais candidatos se preocuparam com o modo tradicional de fazer campanha, Bolsonaro apostou todas as fichas em uma espécie de “guerrilha digital”, com influenciadores e propagadores de postagens conquistando mais e mais votos até definir o vencedor. Com várias denúncias de uso indevido dessas ferramentas, é bom que se diga.

Conclusão: se algum candidato teve o direito de se espantar com a força das redes sociais em 2018, não vai poder dizer o mesmo em 2022. Mais do que isso: pode até ganhar o apelido de “vacilão”.

Fake news

Foram, com certeza, a maior dor de cabeça da Justiça Eleitoral, principalmente no segundo turno. O pior é que tem gente achando que qualquer um tem o direito de criar ou espalhar notícias falsas ou ofensas graves e não ser punido com a maior rapidez possível. Acham que a Justiça Eleitoral não pode ser tão rápida assim e chamam essa agilidade de censura.

Pesquisas sob pressão

As pesquisas eleitorais foram um dos destaques negativos no primeiro turno. Mesmo sem embarcar na paranoia de alguns que as acusam de desonestidade, de serem compradas, a verdade é que os resultados nas urnas foram, em muitos casos, absurdamente diferentes dos resultados de pesquisas anunciados pouco mais de 24 horas antes da votação.

Para este segundo turno, são tão variados os resultados entre várias pesquisas, seja para presidente da República, seja para governador do estado de São Paulo, que a coluna Política & Políticos preferiu não publicar os números e compará-los com os resultados após a totalização dos votos no domingo.

Quanto ao eleitor, fica a sugestão: não seja influenciado por pesquisa e eleitoral, vote em quem você quiser.

O dia seguinte

Que o eleitor não se engane: o resultado da eleição presidencial deste domingo não muda muita coisa na temperatura da política brasileira. Quem vencer, será o presidente de pouco mais da metade dos eleitores que foram às urnas e votaram em um dos dois candidatos. E quem perder será o maior líder da oposição ao governo, com quase metades dos votos válidos.

Portanto, muita calma no dia da eleição e muita serenidade com os resultados. O jogo político não tem fim, é feito de avanços e recuos, mas não tem fim.

Boa eleição!

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JORNAL DA CAMPANHA

O Peter Pan da bola

Neymar já é quase um trintão, mas parece que, a exemplo do Peter Pan da fábula infantil, será sempre um garoto, nunca vai crescer. Ele mostrou isso mais uma vez ao declarar apoio, recentemente, ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição de domingo.

Nada a opor pelo fato de o “menino Ney” votar no capitão, é um direito dele como cidadão. O problema é que o seu apoio, público e explícito, caiu como um balde de água fria no clima para a Copa do Mundo. Daqui a pouco mais de 20 dias, quando a bola começar a rolar, a torcida brasileira vai estar dividida. Má ideia para quem gosta de futebol e para quem gosta dos negócios que o futebol proporciona.

Para não dizerem que o colunista exagera: a Sadia lançou uma campanha com Neymar nos últimos dias e, devido à reação dos consumidores –alguns chegaram a sugerir boicote à marca–, abortou o filme que já estava sendo exibido nas tevês.

Neymar: a Sadia já pulou fora. Foto / Facebook/Reprodução

‘Busão’ da discórdia

Enquanto nas 22 capitais de estados o transporte coletivo será gratuito neste domingo, em São José dos Campos, quinta maior cidade paulista, ele vai ser pago. O assunto foi parar na Justiça duas vezes: primeiro, com um juiz de primeira instância concedendo liminar a uma ação da Defensoria Pública do município e determinando “busão” gratuito para o eleitor joseense. Em seguida, com o Tribunal de Justiça –segunda instância– acolhendo recurso da Prefeitura e derrubando a liminar. O relator entendeu que não cabe ao Poder Judiciário decidir pela gratuidade, ainda mais sem a existência de lei para isso e sem previsão orçamentária para cobrir a despesa.

Resultado: enquanto o paulistano vai ter transporte de graça para votar, o joseense vai pagar. E sem bufar…

Apito final (1)

Em São José dos Campos, aliados de Lula (PT) e Bolsonaro (PL) correram durante a semana para realizar as últimas ações da campanha, antes que a arbitragem –Justiça Eleitoral– apitasse o fim do tempo regulamentar, no sábado, deixando o campo para o eleitor no domingo.

No meio da semana, houve reunião da frente de dez partidos que apoiam a candidatura Lula em São José. São eles: PCdoB, PCB, PT, PSTU, PV, PSOL, Rede, Avante, PDT e PSB. O grupo executou várias ações nos últimos dias, com panfletagens em feiras livres, bandeiraços nos finais de tarde e corpo a corpo com o eleitor na região central, tendo como “gran finale” uma carreata no sábado. Também foi definida a fiscalização da eleição no domingo.

Dez partidos que apoiam Lula se reúnem em SJC na reta final. Foto / Cedida

Apito final (2)

No time joseense de Bolsonaro, também houve muita atividade nas horas finais da campanha. Além das panfletagens e bandeiraços, houve carreata no sábado, partindo do Parque Industrial, na região sul.

Neste domingo, o comitê da deputada estadual eleita Letícia Aguiar (Progressistas) marcou concentração a partir das 18h, na avenida São João, 1.461, para acompanhamento da apuração dos votos. Especula-se que o candidato Tarcísio de Freitas poderá aparecer por lá.

Comitê de Letícia Aguiar convoca para apuração dos votos no domingo. Foto / Facebook/Reprodução

Quem pode votar no domingo?

Você não votou no primeiro turno e pretende votar no segundo? Sem problema. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considera que o primeiro e o segundo turnos são eleições independentes. Então, se o eleitor estiver em situação regular com a Justiça Eleitoral e seu título não estiver cancelado ou suspenso, poderá votar normalmente no domingo.

É claro que quem não votou no primeiro turno continua obrigado a apresentar justificativa à Justiça Eleitoral em até 60 dias. O mesmo vale para quem não votar no segundo turno.

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NA CÂMARA

Ciro Bondesan é Cidadão Joseense

Na quarta-feira (26), a Câmara realizou sessão solene para a entrega do título de Cidadão Joseense ao engenheiro Ciro Bondesan. A homenagem foi proposta pelo vereador Rafael Pascucci (PTB). Ciro Bondesan foi um dos pioneiros da Embraer, atuando como apoiador e desenvolvedor do Cluster Aeroespacial Brasileiro.

Neste domingo, Ciro estará firme em mais uma de suas atividades, a de radialista, comentando o segundo turno das eleições na RTI (Rádio e TV Imprensa).

Ciro Bondesan: Cidadão Joseense. Foto / Cleverson Nunes/CMSJC

TOQUE FINAL

Ilustração / Facebook/Reprodução
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