Foto / Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Chico Buarque

 

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim

Não me valeu

Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!

O resto é seu

Trocando em miúdos, pode guardar

As sobras de tudo que chamam lar

As sombras de tudo que fomos nós

As marcas de amor nos nossos lençóis

As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar

Pode esquecer

Aquela aliança, você pode empenhar

Ou derreter

Mas devo dizer que não vou lhe dar

O enorme prazer de me ver chorar

Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago

Meu peito tão dilacerado

Aliás

Aceite uma ajuda do seu futuro amor

Pro aluguel

Devolva o Neruda que você me tomou

E nunca leu

Eu bato o portão sem fazer alarde

Eu levo a carteira de identidade

Uma saideira, muita saudade

E a leve impressão de que já vou tarde.

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Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido como Chico Buarque, é cantor, compositor, dramaturgo, escritor e ator. Conhecido como um dos maiores nomes da MPB (Música Popular Brasileira), nasceu em 19 de junho de 1944 no Rio de Janeiro (RJ). Agraciado com o prêmio Camões em 2019, recebeu a honraria no último dia 24, na cidade de Sintra (Portugal). O Camões é considerado a mais importante premiação da língua portuguesa. É concedido anualmente a autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Seu nome homenageia o poeta português Luís de Camões (1524-1580), uma das maiores figuras da literatura lusófona. Fonte: Wikipédia

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> Júlio Ottoboni é jornalista (MTb nº 22.118) desde 1985. Tem pós-graduação em jornalismo científico e atuou nos principais jornais e revistas do eixo São Paulo, Rio e Paraná. Nascido em São José dos Campos, estuda a obra e vida do poeta Cassiano Ricardo. É autor do livro “A Flauta Que Me Roubaram” e tem seus textos publicados em mais de uma dezena de livros, inclusive coletâneas internacionais.

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