Finados mexicano: homenagens e alegria. Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

A pandemia da covid-19 já acumula mais de 600 mil mortes no Brasil, o que torna ainda mais triste e melancólico o período que antecede ao Dia de Finados por aqui. No México, entretanto, El Día de Los Muertos é uma data vivenciada (na verdade, comemorada) de modo diferente. E isso aprendemos ao conhecer um pouco mais sobre esse povo descendente dos astecas no premiadíssimo “Viva – A Vida é Uma Festa”.

Vencedor do Oscar 2018 de Melhor Animação e Melhor Canção Original, o filme foi produzido pela Pixar, dirigido e cocriado por Lee Unkrich (“Monstros S.A.”, “Procurando Nemo”, “Toy Story 2”, “Toy Story 3”), nos regalando com uma música maravilhosa, apresentada em diferentes ritmos e momentos, cuja letra expressa a importância de manter a lembrança das nossas raízes e família (“Remember Me”, de Robert Lopez e Kristen Anderson-Lopez, que teve introdução do ator Gael García Bernal ao ser defendida na noite do Oscar.

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Exaltando o folclore mexicano, o cenário é colorido e a maior parte da aventura se passa numa pequena aldeia rural do interior, onde mora Miguel, um garoto apaixonado pelo mundo das canções, mas em cuja família é proibido cantar ou tocar música há várias gerações.

Em 105 minutos são abordados delicados temas como Alzheimer (comovente o carinho da família com a bisavó “Coco”, que dá o título original ao filme e é o apelido de Socorro, nome bastante comum naquele país), solidariedade, perdão, além da busca persistente pela realização de seus sonhos.

“Viva – A Vida é Uma Festa” nos mostra uma singularidade da cultura mexicana: no dia 2 de novembro, as pessoas que já morreram –mas que são lembradas e homenageadas pelos vivos– voltam à Terra para visitar seus entes queridos, o que faz da data um momento festivo.

Com leveza, o longa-metragem nos propõe, sim, refletir sobre a dolorosa temática da morte, mas o faz com a sobreposição da valorização da vida e do amor a quem temos ao nosso lado, especialmente os familiares mais idosos.

Então, faça o dobro de pipoca, chame as crianças e os adultos da casa e desfrutem juntos dessa preciosidade cinematográfica. Disponível no Google Play e Disney Plus.

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Série

DISQUE AMIGA PARA MATAR

Essa série cômica que estreou na Netflix em 2019 –e manteve sua qualidade por duas temporadas– tem duas mulheres como protagonistas (coincidentemente, sua produtora e criadora, Liz Feldman, também desenvolveu a série “Two Broke Girls”, comédia de grande sucesso nos EUA).

Jen (Christina Applegate: “Perfeita é a Mãe – 1 e 2”, “Férias Frustradas”) trabalha como corretora de imóveis e faz terapia de grupo usando a raiva para extravasar sua dor pela inconsolável perda do marido, que morreu atropelado e sem socorro, pois o motorista fugiu. Nesse grupo ela conhece a simpática, otimista e acolhedora Judy (Linda Cardellini: “Green Book – o Guia”, “Fúria em Alto-mar”), que sofre pelo noivo, supostamente morto por ataque cardíaco. Assim nasce e prospera a amizade entre ambas, personagens diametralmente opostas e muito bem interpretadas, nessa trama de dinâmica envolvente e com cenas hilariantes –especialmente aquelas em que lidam com sentimentos como remorso e arrependimento.

Os episódios são curtos (30 minutos) e há notícias de que a terceira (e, dizem, última) temporada já está sendo gravada, mas ainda sem data para exibição. Maratonando ou não, é diversão garantida!

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> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), atua como redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há nove anos na Vila Ema.