ISNAR TELES
O Brasil continua com vacinação contra covid-19 em ritmo abaixo do necessário enquanto o número de mortos pela doença atinge a marca de 400 mil. Até a noite de quarta-feira (28), um total de 45.362.505 vacinas foram aplicadas no país.
A primeira dose foi fornecida a 30.740.811 pessoas (19,1% da população adulta) e 14.621.694 tomaram também a segunda dose (9,09%). Os números são fornecidos pelo consórcio de veículos de imprensa, que monitora a vacinação em todo o país com números dos governos estaduais.
Mas o país ainda enfrenta dificuldades para obter maior quantidade de vacinas. O imunizante russo Sputnik V, por exemplo, foi reprovado, na semana passada, pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), negando autorização ao pedido de importação do imunizante feito por 14 governos estaduais.
Em sua decisão, a agência alegou que o fabricante da Sputnik V não apresentou a análise de segurança da vacina por faixa etária, por comorbidades e para soropositivos para o novo coronavírus. Observou ainda que a empresa não demonstrou que controla de forma eficiente o processo para evitar outros vírus contaminantes durante a produção.
Segundo a Anvisa, em uma das fábricas russas da Sputnik inspecionadas neste mês, foram identificadas falhas no desenvolvimento da vacina, nos estudos conduzidos e na qualidade do produto finalizado.
Pfizer chega ao país
Enquanto isso, o primeiro lote de 1 milhão de doses de vacinas da Pfizer deverá chegar ao Brasil na noite desta quinta-feira. Segundo a Agência Brasil, que noticia o Governo Federal, as doses serão distribuídas aos 26 estados e ao Distrito Federal.
Segundo o Ministério da Saúde, a orientação é que sejam priorizadas as capitais devido às condições de armazenamento da vacina, que exige temperaturas muito baixas. O ministério comprou 100 milhões de doses do imunizante, mas a entrega não é imediata. Em março, em reunião com a empresa farmacêutica, foi apresentada previsão de entrega de 13,5 milhões de doses até junho.
Mais doses da AstraZeneca
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) entrega nesta sexta-feira (30) ao Governo Federal um lote de 6,5 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca.
Trata-se da maior entrega já feita pela Fiocruz, que produz a vacina na unidade Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro. Com isto, a fundação chegará a 19,7 milhões de doses enviadas em abril ao PNI (Programa Nacional de Imunizações).
CoronaVac tem novo lote
O Governo de São Paulo também anunciou a entrega ao Ministério da Saúde de mais 600 mil doses da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo. Com esse novo lote, chega a 42 milhões o número de doses do imunizante entregues ao PNI.
O Butantan trabalha para entregar mais 54 milhões de doses até o dia 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades. Atualmente, mais de 80% das vacinas disponíveis no país contra a covid-19 são do Butantan.
Butanvac em produção
Na quarta-feira (28), segundo informou o governador João Doria (PSDB), o Instituto Butantan começou a produzir o primeiro lote de 18 milhões de doses da Butanvac, primeira vacina nacional contra o coronavírus. Será o primeiro imunizante desse tipo fabricado integralmente no país, sem necessidade de importação de matéria-prima, como ocorre atualmente.
“Nesta primeira etapa, o Butantan vai produzir 18 milhões de doses da vacina pronta para o uso, já na primeira quinzena de junho, assim que o processo de aprovação da Anvisa for concluído”, afirmou Doria. O governo paulista e o instituto têm cobrado maior agilidade por parte da Anvisa.
Dória acrescentou que a produção deverá alcançar 40 milhões de doses, observando que a capacidade de produção da fábrica do Butantan é ainda maior, para 100 milhões de doses até o final do ano. “No ritmo que o Butantan tem trabalhado, se houver velocidade na aprovação da Anvisa, ainda neste ano o Butantan poderá produzir até 150 milhões de doses da Butanvac”, afirmou.
A iniciativa do novo imunizante faz parte de um consórcio internacional do qual o Instituto Butantan é o principal produtor, responsável por 85% da capacidade total, tendo como compromisso fornecer a vacina ao Brasil e a países de baixa e média renda.
Medicamentos para intubação
Outra necessidade sensível no combate aos casos de covid-19 no país são os medicamentos usados na intubação de pacientes graves, que têm tido oferta precária em todo o país. Para amenizar o problema, o Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira a distribuição de mais 864 mil unidades de medicamentos de intubação orotraqueal (IOT).
Os medicamentos foram adquiridos por meio de pregões e de aquisições feitas junto à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Segundo o ministério, a expectativa é que a distribuição a estados e municípios seja feita em até 48 horas.
O ministério informou, em nota, que a divisão levará em conta o consumo médio mensal e os estoques dos medicamentos. E acrescentou que nos próximos dias o país receberá mais 1,1 milhão de itens do kit intubação doados por empresas.
> Fontes – Com agências de notícias, Agência Brasil e Governo de SP.