Ele precisa que você ajude a quem possa ajudá-lo. Foto / Pixabay

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Hoje a coluna vai ser curta e, talvez, um pouco grossa para quem vestir a carapuça. Definitivamente, não dá para gostar só do seu bichinho de estimação –do seu cachorro ou do seu gatinho–, morrer de amores por eles e ignorar o resto, principalmente os que estão em sofrimento.

Não dá pra ser aquela pessoa que se encanta com vídeos e fotos de bichinhos fofinhos nas redes sociais da vida, mas passa correndo por todos os pedidos de ajuda para animais carentes que vêm no seu feed. Não dá pra ser aquela pessoa que, imediatamente, deleta qualquer mensagem que pede auxílio para o amparo de animais.

E por que eu estou falando isso? Porque, enquanto estamos acomodados no sofá lendo este texto, muitos protetores estão correndo atrás de dinheiro para dar conta de atender animais que estavam jogados nas ruas ou em situação de maus tratos.

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De onde você acha que as ONGs protetoras de animais –ou protetores solo– tiram dinheiro para acolher tantos animais? Eles levam em veterinários (já que a maioria chega toda estropiada), compram remédios, ração, produtos de limpeza (porque é necessário limpar os locais onde eles ficam), é um trabalho sem fim.

Na verdade, eles têm mesmo é que “se virar nos 30”, como dizem por aí, por isso mesmo eles precisam da nossa ajuda. Na real, eles NECESSITAM da nossa ajuda.

–– Ah, mas eu não tenho dinheiro pra ajudar.

Ok! Mas saiba que você pode ajudar de outras formas. Quem sabe compartilhando os pedidos que chegam até você em suas redes sociais ou direto para os amigos. Ou talvez sendo a ponte daquela pessoa que quer e pode ajudar, mas não sabe como ou pra quem. Ou mesmo dedicando uma parte do seu tempo para ajudar nos canis…

Eu já falei aqui na coluna sobre o trabalho insano dessas pessoas junto aos animais carentes. Estou voltando ao assunto porque cada vez mais vejo pessoas gastando rios de dinheiro com seus bichinhos de estimação e não reservando um mínimo que seja para ajudar àqueles que, muitas vezes, salvam os animais da morte.

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Trabalho pesado

Acredito que muitos acompanharam as histórias das búfalas que foram deixadas para morrer em uma fazenda em Brotas (SP); e dos bezerros que também estavam à mingua, em Cunha, uma cidade bem perto da nossa. Foram notícias que apareceram em tudo que é mídia.

Algumas pessoas devem ter pensado que eram apenas bichos e que muito provavelmente iriam para o abate. Mas se você é gente, ser humano, é impossível que não tenha se comovido em ver o sofrimento daqueles animais jogados no chão, na lama, sem forças pra ficar em pé, morrendo de fome e sede, e assistindo outros animais morrerem à sua volta.

Bezerro sendo amparado por um dos inúmeros voluntários que ajudaram na operação de resgate. Foto / Facebook#bezerrosdecunha

Saiba que foram duas operações de guerra para salvar todos aqueles bichos. Mais de mil búfalas tendo que ser resgatadas, levadas para um local seguro, além de comida e remédios para todos esses animais. O mesmo aconteceu com os bezerros de Cunha –mais de 300– que tiveram que ser transportados e cuidados.

Quando a gente assiste às matérias e vídeos mostrando esses animais já em locais limpos, seguros, sendo alimentados, com brilho nos olhos (já que a maioria estava só esperando a morte), a gente pensa assim: graças a Deus!

Sim, graças a Deus que colocou uma montanha de pessoas com o coração gigantesco para ajudar, não fosse isso esses animais morreriam, porque o único milagre que existe é a união e o amor entre as pessoas em prol de uma causa.

Lembro de ter visto um vídeo onde duas monjas rezavam e cantavam em frente à manada de búfalas, que pareciam superatentas. Foi de emocionar, porque as monjas estavam doando o que podiam: as suas orações.

Monjas doam suas orações para ajudar os animais.  Foto / Instagran@bufalas_de_brotas

Portanto, se você ama os animais –e eu tenho certeza disso–, mostre que este amor vai além dos seus próprios bichinhos de estimação. Se você tem condições, ajude uma ONG ou um protetor (posso indicar vários). Como eu disse, eles NECESSITAM da nossa ajuda. E acredite, eles fazem toda a diferença no mundo, aliás, na nossa cidade, onde muitos animais estão entregues à própria sorte ou sofrendo nas mãos de pessoas ignorantes.

Não role o seu feed quando se deparar com o pedido de ajuda para os animais resgatados. Veja o que é possível ser feito, pense com carinho no pedido. Afinal, são seres vivos precisando de amparo e, quem sabe, não foi graças a Deus que você leu aquilo e, de alguma forma, vai poder ajudar!

Sabe que quando eu beijo meu cachorro –e eu faço isso muitas vezes– sempre dedico alguns desses beijos aos animais necessitados? Pode parecer doideira, mas pra mim não é.

Partindo do princípio de que tudo neste mundo é energia, tenho certeza de que o meu pensamento, carregado de energia amorosa, vai em busca de um animal que está precisando dela e, ao encontrá-lo, vai lhe dar um certo ânimo.

Enfim, a coluna não foi nada curta, mas tomara que eu tenha conseguido passar o recado: não ignore quem ajuda os animais em sofrimento.

E para você que está pensando que é um absurdo ajudar animais ao invés de gente, fique à vontade para ajudar os dois ou só um dos seres, o ser humano. Porque você querendo ou não, o animal é um ser vivo e filho de Deus, aquele que tudo vê…

Adote

> Edna Petri é jornalista (MTb nº 13.654) há 39 anos e pós-graduada em Comunicação e Marketing. Mora na Vila Ema há 20 anos, ama os animais e adora falar sobre eles.

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