Anthony Hopkins e Emma Thompson são as figuras centrais do ótimo "Vestígios do Dia". Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Lançado em 1994, “Remains of the Day” permanece na minha lista dos melhores filmes. Anthony Hopkins (“Meu Pai”, “Hannibal” e dezenas de outras produções cinematográficas) está impecável no papel de Stevens, o mordomo da grande propriedade Darlington, nas cercanias de Londres; Emma Thompson (“Cruella”, “Nanny McPhee – A Babá Encantada”) brilha como a competente e ousada governanta Kelly; e é sempre gratificante rever o inesquecível Christopher Reeves (“Superman”, “Em Algum Lugar do Passado”), aqui no papel de um congressista americano aposentado que compra a propriedade no final dos anos 50.

Totalmente dedicado ao trabalho de servir com cavalheirismo ao patrão, Stevens mantém uma aparência de frieza e, por décadas, reprime seus sentimentos, inclusive por Kelly, evidenciados em raros vestígios. Os diálogos são curtos, as falas contidas, oprimidas, mas a qualidade do texto e a atuação do elenco se sobressaem, fazendo-nos absorver o clima dos dois diferentes períodos em que se passa a trama. Um excelente programa para quem aprecia a Sétima Arte!

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Série

A série britânica mostra os desafios de uma mulher em um universo tipicamente masculino. Foto / Divulgação

‘A Diplomata’

Há séries boas, outras razoáveis… e algumas excelentes! A britânica “The Diplomat”, disponível na Netflix, pertence a este último grupo. Criada pela roteirista e coprodutora Debora Cahn (séries “Homeland”, “Grey’s Anatomy”, “Private Practice”), a série mistura fatos geopolíticos de relevância concomitantes a uma tensão conjugal, com bons momentos cômicos –que não perdem o foco central e ficam ainda mais interessantes pela riqueza dos diálogos.

Num universo habitualmente sob o domínio masculino, uma mulher é levada a resolver conflitos internacionais: a bem-sucedida diplomata Kate Wyler (Keri Russell: “Missão Impossível 3”, “Star Wars: a Ascensão Skywalker”, “O Som do Coração”, séries “The Americans”, “Felicity”) é promovida a embaixadora dos Estados Unidos em Londres, contra a sua vontade e em meio a conflitos instalados, inclusive conjugais.

Além de uma belíssima fotografia, a série tem um elenco à altura da qualidade do roteiro: o irônico, hábil e inteligente Hal (Rufus Sewell: “Meu Pai”, “O Turista”, séries “Vitória – a Vida de uma Rainha”, “O Cavalo Amarelo”), marido de Kate e ex-diplomata que ainda tem altas pretensões políticas; o assessor zeloso Stuart (Ato Essandoh: “X-Men: Fênix Negra”, “Jason Bourne”, série “Chicago Med”), que esconde seu relacionamento com a chefe do Serviço Secreto da Casa Branca, Eidra (Ali Ahn: “Conflitos em Família”, séries “The Path”, “Orange is the New Black”); o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Dennison (David Gyasi: “Vingança a Sangue-frio”, “Fúria em Alto-mar”, “Interestelar”), dentre outros personagens muito interessantes.

Hilárias as cenas de Kate instada a se despir do habitual terninho e botas para posar em elegantes trajes, vestidos justos e salto alto, mais adequados a determinados eventos londrinos e franceses. Se você gostar tanto da série, como eu, ao final do oitavo episódio terá um choque ao saber que algumas respostas estarão somente na próxima temporada. Tenha à mão um mapa mundi, um livro de História Contemporânea, uma bacia de pipoca… e prepare-se, pois vai querer maratonar!

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> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há 11 anos na Vila Ema.

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