Galinhas-d'angola: espetáculo diário no parque. Veja no vídeo abaixo: novas habitantes do Vicentina saem da chocadeira. Foto e vídeo / Edna Petri

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

 

EDNA PETRI*

Caminhar pelo Parque Vicentina Aranha, na Vila Adyana, é ter por companhia, querendo ou não, as barulhentas, briguentas e divertidas galinhas-d’angola. Mas nesse último mês, quem circula pelo parque, deve ter percebido que cresceu muito o número dessas aves por lá, a maioria filhotes.

Acontece que o parque possui uma chocadeira –que não fica exposta ao público, para proteção das aves– e, recentemente, soltaram mais de 100 filhotes de galinha-d’angola. Conclusão: parece uma festa. Elas andam em grupo e sempre correndo. Parecem estar conversando o tempo todo e, de vez em quando, do nada, uma sai correndo atrás da outra como se fossem rolar pelo chão numa briga doida, mas nada acontece. Só faz rir quem está por perto, caminhando ou passeando com a família.

Segundo Jorge Araújo, supervisor operacional do parque, é preciso soltar alguns filhotes porque, pela ordem natural, as galinhas mais velhas acabam morrendo ou sendo atacadas por algum bicho que consegue entrar no parque. Jorge também adiantou que, em breve, será comum ver essas galinhas sem algumas penas e que não se trata de nenhuma doença, mas de um processo natural que acontece com as aves mais novas.

Curiosidade

As galinhas-d’angola levam cerca de 27 dias para chocar. No Vicentina Aranha, geralmente isso acontece entre os meses de outubro e março. Depois elas param por seis meses e voltam a chocar em outubro novamente. Elas são soltas no parque a partir de cinco meses de vida e, de acordo com Araújo, o mesmo processo acontece com os perus, que também fazem parte da paisagem do parque, só quem em um número muito menor. Hoje o Vicentina possui seis perus, sendo três idosos e três jovens.

E quem sabe diferenciar a galinha-d’angola fêmea do macho? Essa é uma missão quase impossível. Dá para arriscar seguindo algumas dicas, mas ainda assim, corre-se o risco de errar feio.

A primeira coisa que deve ser observada é a barbela, um pedaço de carne que pende da cabeça ou pescoço da ave e que no macho pode ser maior que a da fêmea. Outro aspecto é crista, mais parecida com um chifre bem no topo da cabeça e que, no macho, também pode ser maior.

Quem quiser ter certeza mesmo se a galinha é macho ou fêmea, só examinando a região genital. E isso só deve ser feito por um especialista, para não machucar a ave.

Ou seja, essas aves são peculiares em todos os sentidos, mas também são simplesmente adoráveis e já viraram marca registrada do Vicentina Aranha.

 

*Especial para o SuperBairro.